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TSE

Em julgamento de senador bolsonarista, advogado usa termo "véio da Havan" para se referir a Hang

Responsável pela sustentação da coligação "Bora Trabalhar", Sidney Neves defendeu que o senador foi "patrocinado" pelo empresário e suas lojas de departamento

O advogado da coligação 'Bora Trabalhar', Sidney Neves; o senador Jorge Seif ao lado do empresário Luciano HangO advogado da coligação 'Bora Trabalhar', Sidney Neves; o senador Jorge Seif ao lado do empresário Luciano Hang - Foto: Reprodução

Em meio ao julgamento da ação que pode cassar o mandato do senador Jorge Seif (PL-SC) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o advogado da coligação estadual “Bora Trabalhar”, composta pelo Patriota, PSD e União Brasil, Sidney Neves se referiu ao empresário Luciano Hang como "véio da Havan".

O profissional fazia sua sustentação oral nesta quinta-feira (4), em defesa da perda do mandato de Seif por suposto abuso de poder econômico. A empresa Havan, que tem dezenas de lojas de departamento no estado, teria emprestado aeronaves para o candidato, assim como disponibilizado parte de sua estrutura.

— As lojas Havan que se confundem com a figura de seu proprietário e também garoto-propaganda Luciano Hang, autointitulado como "véio da Havan" contribuiu fortemente para desequilibrar o pleito — afirmou.

Em seguida, Sidney Neves afirmou que Jorge Seif foi patrocinado pelo empresário, que tem sua imagem entrelaçada com o seu próprio negócio:

"Neste pleito, as lojas Havan apresentou um novo produto. As lojas Havan patrocinaram efetivamente uma candidatura, foram adiante com uma candidatura de um político pouco conhecido. O empresário Luciano Hang, que se confunde com a própria empresa, desejava ser candidato e ao fim lançou uma candidato seu, como um produto materializado no pleito eleitoral."

Em novembro passado, o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) rejeitou por unanimidade o recurso apresentado pela coligação estadual “Bora Trabalhar”, composta pelo Patriota, PSD e União Brasil. A denunciante afirmou que o senador teria usado cinco aeronaves da loja Havan durante a campanha, sem prestar contas à Justiça Eleitoral, além de outras estruturas do estabelecimento como a assessoria de imprensa.

Além disso, o aliado de Bolsonaro teria sido financiado por um sindicato e recebido assessoria de imprensa por parte da empresa de Hang, o que é vedado pela legislação. Neste contexto, os adversários políticos solicitam a inelegibilidade pelos próximos oito anos.

Nas eleições de 2022, Seif foi eleito com 39,8% dos votos em Santa Catarina. O candidato da coligação, o ex-governador Raimundo Colombo (PSD), ficou em segundo lugar com 16,3%.

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