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DIA DO MARINHEIRO

Em meio a negociações orçamentárias, comandante da Marinha critica "obsolescência dos meios navais"

Discurso do almirante Marcos Olsen foi durante evento em homenagem ao Dia do Marinheiro

Lula na cerimônia do Dia do Marinheiro, ao lado do ministro José Múcio, da DefesaLula na cerimônia do Dia do Marinheiro, ao lado do ministro José Múcio, da Defesa - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Nesta quarta (13), o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, disse que a instituição "resiste à marcha da obsolescência dos meios navais". Seu discurso ocorreu no evento de celebração ao "Dia do Marinheiro", a bordo do Navio-Aeródromo Multipropósito Atlantico, no Rio, que contou com a presença de Lula e do ministro da Defesa, José Múcio. As Forças Armadas apoiam uma PEC, recentemente protocolada pelo senador Carlos Portinho (PL), ex-líder do governo Bolsonaro, que prevê um orçamento de 2% do PIB para a defesa nacional.

— A concepção de um poder naval crível não pode ser posta ao efêmero e inesperado. A Marinha resiste à marcha da obsolescência dos meios navais. Insta, no decurso, por reaparelhamento para o eficaz cumprimento da destinação constitucional, e das atribuições subsidiárias adjudicadas à Autoridade Marítima Brasileira — afirmou o comandante, que complementou. — Ao validar visão otimista para o futuro da Marinha, faz-se por reto enaltecer o trabalho de marinheiros que, há muito, laboram por modernização, desenvolvimento tecnológico e ampliação das capacidades operacionais.

Em seu discurso, Olsen relembrou os feitos e os princípios pregados pelo Almirante Tamandaré, que lutou na Guerra do Paraguai e se tornou o Patrono da Marinha. Depois da fala, medalhas de mérito, que levam o nome do Almirante Tamandaré, foram distribuídos por Lula a oficiais homenageados por seus serviços prestados. O presidente, porém, não falou com a imprensa.

O comandante da Marinha não fez uma menção literal à PEC de Carlos Portinho, mas citou negociações em prol do aumento orçamentário para cumprimento das missões da Força Naval, como defendeu no discurso.

— Em 2023, em coordenação com órgãos e instituições da administração pública federal, a Marinha buscou iniciativas que visam programação orçamentária com valor mínimo que assegure, no curto e médio prazo, previsibilidade de investimentos para perene e profícua consecução dos Programas Estratégicos — disse Olsen.

Múcio faz referência às tensões entre Venezuela e Guiana
Após a fala do comandante da Marinha, o ministro José Múcio também discursou e defendeu as diferentes atribuições e contribuições da Marinha, desde a defesa do estado ao combate a crimes ambientais, a "diplomacia naval" e prestação de serviços humanitários. O ministro, inclusive, fez referência às tensões que correm hoje entre a Venezuela e a Guiana.

— Tensões no leste europeu, no Oriente Médio e no nosso continente reavivam em nossas mentes a exigência de termos Forças Armadas modernas e bem dimensionadas — disse Múcio

PEC prevê aumento do orçamento para Forças Armadas
No mês passado, o senador Carlos Portinho (PL), líder do PL na bancada e que foi o líder do governo Jair Bolsonaro no senado, protocolou a PEC 55/2023, que prevê investimento mínimo de 2% do PIB para projetos estratégicos à defesa nacional. O aumento do orçamento seria gradativo, de 0,1% ao ano, partindo de 1,2% até chegar no mínimo de 2% do PIB. A proposta foi assinada por 30 senadores.

Depois da PEC ser protocolada, oficiais da Marinha se mobilizaram para apoiar publicamente o projeto. Em seguida, o ministro José Múcio se disse "surpreso" com a proposta da oposição, conforme publicou a colunista Bela Megale, pois afirmara que ele mesmo já defendia o aumento orçamentário e trabalhava em um projeto na mesma diretriz.

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