Presidência

Em meio a pedidos por desistência, Girão é terceira via na disputa para a presidência do Senado

Cearense lançou-se independentemente, mas chances de vitória são pequenas

Senador Eduardo Girão (Podemos-CE)Senador Eduardo Girão (Podemos-CE) - Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

Eduardo Girão (Podemos-CE) corre por fora na disputa pela presidência do Senado protagonizada por Rogério Marinho (PL-RN) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Políticos de ambos os lados da disputa, que é tida como o terceiro turno da eleição do ano passado, tentam convencê-lo a desistir e apoiar a candidatura que defendem, mas o cearense mantém-se firme.

O ceticismo ao redor da candidatura de Girão começou dentro do seu próprio Podemos: sua candidatura foi lançada em dezembro de forma independente, ou seja, sem indicação partidária. Desde o início acreditava-se que não teria força suficiente para abocanhar os votos do bolsonarismo que iriam para Marinho ou dos centristas mais moderados que tenderiam para Pacheco.

A conta na terça-feira era que Girão poderia ter quatro votos que podem ser decisivos para definir a disputa no primeiro turno: para isso, é necessário que um dos candidatos tenha ao menos 41 votos, maioria absoluta da Casa. Se ninguém conseguir chegar à marca, há uma nova rodada.

Em seu documento de candidatura, Girão diz que a alternância de poder e o equilíbrio dos Poderes é chave para a saúde democrática. Se eleito, contudo, já prometeu pautar a votação de pedido de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e acusa o Judiciário de censurar políticos conservadores que compartilham informações falsas e adotam retórica golpista, como o deputado eleito Nikolas Ferreira (PL-MG).

O senador também apoiou Bolsonaro no segundo turno das eleições e, nos últimos quatro anos, costumava a votar junto ao governo. Também adota posições conservadoras nas chamadas agendas de costume, sendo favorável a pautas antiaborto e contra a legalização das drogas, por exemplo. Em dezembro, foi um dos 16 senadores que votaram contra a PEC da Transição.

Como sua candidatura era contra Pacheco — que busca a reeleição —, Marinho tentou seduzi-lo na terça sem muito sucesso. O senador já foi a via alternativa em outra disputa notória: tentou presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, mas a tarefa coube a Omar Aziz (PSD-AM).

Nascido em Fortaleza, Girão é um novato político: elegeu-se para o Senado em 2018 em sua primeira disputa por um cargo eletivo. Anteriormente, era empresário nos ramos de hotelaria, transporte de valores e segurança privada. Também já foi presidente do Fortaleza Esporte Clube.

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