Em meio a pressão por Margem Equatorial, Marina Silva defende descarbonização
Ministra não cita polêmica sobre exploração de petróleo
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou o potencial do Brasil como um destino atrativo para investimentos devido à sua matriz energética limpa e pontuou que o país deve continuar investindo em descarbonização.
Em evento ao lado do presidente Lula nesta sexta-feira, ela disse que o país deve continuar avançando nesse setor, explorando alternativas como o hidrogênio verde não apenas para exportação, mas também para agregar valor à sua própria produção industrial.
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— O Brasil pode ser o endereço dos melhores investimentos porque tem energia limpa e tem que continuar investindo na descarbonização da sua matriz energética, inclusive com hidrogênio verde, não apenas para que a gente possa exportar, mas usar essa energia limpa para transformar a nossa matéria prima em riqueza, em produtos, materiais, tudo aquilo que é possível — disse a ministra durante um evento em Belém para divulgação de investimentos na COP30.
Durante o evento a ministra não citou a Margem Equatorial, mas a declaração ocorre após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter criticado o "lenga-lenga" do Ibama na análise da licença ambiental, necessária para a Petrobras iniciar os trabalhos na área.
Na manhã desta sexta-feira, Lula deu entrevista à Rádio Clube do Pará e falou sobre o assunto. Ele afirmou que a ministra do Meio Ambiente é "inteligente" e "jamais seria contra" as pesquisas por busca de petróleo na Margem Equatorial.
— Eu tenho certeza que a Marina jamais será contra. A Marina é uma pessoa inteligente. O que a Marina quer é o seguinte: não é que eu não quero fazer, é como fazer. Esse como fazer é uma coisa que eu quero e que ela quer. Como fazer para não ser predatório com a nossa querida Amazônia — disse Lula.
O presidente afirmou que a Petrobras tem capacidade de fazer a perfuração garantindo a segurança ambiental e voltou a afirmar que eventuais riquezas na região ajudariam a impulsionar a transição energética, argumento rebatido por ambientalistas.