Encontro com prefeitos

Em Minas Gerais, Bolsonaro foca em discurso contra a esquerda e convida venezuelano para o palco

Presidente também rebateu apresentadora do Jornal Nacional e voltou a convidar apoiadores para o Sete de Setembro

Jair Bolsonaro Jair Bolsonaro  - Foto: Divulgação/Partido Liberal

Em evento com prefeitos em Belo Horizonte, o presidente Jair Bolsonaro focou o seu discurso em acusações contra a esquerda e convidou um venezuelano, identificado apenas como Gregório, para o palco. Ao imigrante, o candidato a reeleição pediu que relatasse sobre a situação no seu país de origem e perguntou: "o pessoal lá já comeu todos os cães e gatos por fome ou não?".

Ao longo do discurso, o chefe do Executivo chamou mais uma vez seus apoiadores para as manifestações do 7 de Setembro e tornou a afirmar que não há corrupção no governo.

-- O que nós queremos no Brasil? Vamos primeiro no que nós não queremos. Não queremos que o Brasil se transforme numa Venezuela. Não podemos esquecer que quem fez campanha para Chávez e Maduro no passado foi o Lula. Ele defendeu aquele regime.

Bolsonaro, mais uma vez, citou a situação política e econômica na Argentina e na Colômbia, insistindo no discurso de que o Brasil corre risco de enfrentar os mesmos problemas com um eventual retorno da esquerda. Na plateia, seus apoiadores gritavam "comunismo não".

-- O mais importante hoje aqui não é a minha pessoa, é o testemunho desse venezuelano. Vocês veem vídeo no Youtube do Lula fazendo campanha para Chávez e para Maduro -- afirmou Bolsonaro, completando: -- Nós sabemos que essas pessoas de esquerda são unidas e trabalham não para o seu povo e para o seu país, mas trabalham para um projeto de poder. Para uma vez chegando não sair mais do mesmo.

O presidente voltou a pedir para que os eleitores comparem os três anos e meio de sua gestão com os governos que o antecederam. Afirmou, também, que a população está tendo a oportunidade de "assistir o que acontece em outros países.

-- Nós estamos tendo a chance de assistir o que acontece em outros países por aí. Temos a oportunidade de novo de fazer rememorar a nossa, o nosso passado de 2003 a 2015 e ver o que Lula e Dilma fizeram pelo o Brasil, praticamente destruíram a nossa pátria. [...] Podem comparar os meus três anos e meio de governo com governos anteriores.

Ao longo do discurso, Bolsonaro falou sobre algumas ações de seu governo, como a titulação de terra e a majoração do valor do Auxílio Brasil. O time de campanha já havia orientado o presidente a destacar feitos da gestão e aposta na comparação entre os governos para alavancar os resultados das pesquisas de intenção de votos.

Bolsonaro afirmou que o PT foi contra o aumento do valor do Auxílio, mas que votou favorável para "não pegar mal". Na sequência, disse que os membros do partido são "mentirosos" e "não tem caráter".

-- Não pensam no povo. Pensam apenas em poder. Querem que o povo sofra para depois falar 'eu posso resolver o seu problema'. São mentirosos, não tem caráter, não tem compromisso com os mais humildes.

Enquanto falava sobre as dificuldades da pandemia e ressaltava novamente que foi contra a política de isolamento social como forma de conter as contaminações por covid-19, Bolsonaro afirmou que a apresentadora do Jornal Nacional, Renata Vasconcellos, mentiu na sabatina de segunda-feira.

-- Lá, segunda-feira, na Globo, a Renata falando que a política foi "fique em casa quem puder". Uma mentira. Uma mentira.

Em seguida, o presidente voltou a afirmar que não havia corrupção do seu governo e que as denúncias estavam sendo arquivadas. Ao contrário do que diz Bolsonaro, seu governo acumula ao menos cinco casos de corrupção. Em um deles, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro chegou a ser preso por irregularidades na pasta.

-- Nós botamos um ponto final na corrupção. Não se vê corrupção em nosso governo. Tem denúncias que não se chega a lugar nenhum [...] Não acharam nada em nosso governo. Todos os processos estão sendo arquivados.

Bolsonaro convocou mais uma vez seus apoiadores para o 7 de setembro e afirmou que era o momento de mostrar que querem "paz", "tranquilidade", "democracia" e "liberdade". Na convenção que oficializou sua candidatura pela reeleição, o presidente chamou os apoiadores para as ruas "pela última vez".

-- Participem do 7 de setembro. O momento de nós mostrarmos para os outros que as nossas cores são verde e amarela. Que nós queremos a paz, a tranquilidade, a democracia, queremos a liberdade.

O presidente disse também que acredita que a população saberá o que fazer no momento da votação e que ganhará no primeiro turno.

-- A liberdade não tem preço. Não vamos perdê-la em uma eleição. Vamos fazer a nossa parte. Vamos lutar pelos nossos filhos, pela nossa Pátria. tenho certeza que cada um de nós saberá o que fazer no dia 2 de outubro próximo -- disse, completando em outro momento: -- Não queremos isso para o nosso Brasil e vamos sim ganhar no primeiro turno as eleições.

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