BRASIL

Em Minas, PT critica anúncio de parceria do governo Lula com Zema sem dirigentes: 'Desrespeito'

Ministro da Educação, Camilo Santana esteve com o governador para tratar sobre a doação do Hospital Regional de Divinópolis à Universidade de São João Del-Rei

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ao lado do ministro da Educação Camilo Santana O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ao lado do ministro da Educação Camilo Santana  - Foto: Gil Leonardi/ Governo de Minas Gerais

A federação PT-PV-PCdoB emitiu uma nota de repúdio contra o próprio governo Lula (PT) após um encontro entre o ministro da Educação, Camilo Santana, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Na última terça-feira, o ministro esteve em solo mineiro para anunciar uma parceria com o governo estadual. O evento que oficializou a doação do Hospital Regional de Divinópolis para a Universidade Federal de São João Del-Rei incomodou os dirigentes petistas, que ficaram de fora.

—Nós vamos construir o Hospital Regional de Divinópolis, obra já prevista com recurso reservado, e depois de pronta, ao invés de passar para uma instituição filantrópica, como previsto, esse hospital será doado para Universidade Federal de São João del-Rei, que irá administrá-lo como um hospital universitário — disse o governador em suas redes sociais.

Além de Zema, o prefeito de Divinópolis e irmão do senador Cleitinho (Republicanos), Gleidson Azevedo (Novo) também esteve presente. Em nota, os políticos que compõem a base de Lula no estado afirmaram que foram desrespeitados.

Segundo a federação, o anúncio em questão foi uma promessa de campanha de Lula em 2022 e a negociação teria envolvido esforços de parlamentares que não foram citados ou convidados.

"O anúncio, sem a presença de parlamentares mineiros e das lideranças partidárias que lutam por essa pauta com o Governo Federal – que todos defenderam e apoiaram, inclusive em enfrentamentos diretos ao prefeito, irmão do senador Cleitinho – nos últimos anos, mostra desrespeito e falta de compromisso com a federação em Minas Gerais", diz trecho da nota.

PT, PV e PCdoB alegam ainda que este anúncio deveria ter sido feito ao lado de aliados e não opositores: "É com indignação que acompanhamos essa notícia e solicitamos uma mudança na conduta e condução de pautas em um Estado fundamental para a eleição do presidente Lula", finalizam.

A reportagem procurou o Ministério da Educação e será atualizada em caso de manifestação.

Leia o posicionamento do PT na íntegra:

Os dirigentes estaduais da federação Brasil da Esperança, expressam sua indignação com a forma escolhida para conduzir o anúncio feito na tarde desta terça-feira (21/05), da parceria firmada pelo MEC e o Governo de Minas, para que o Hospital Regional de Divinópolis seja doado à Universidade Federal de São João Del-Rei, sem citar parlamentares e lideranças históricas que trabalharam arduamente para que a parceria fosse viabilizada.

Durante gravação amplamente divulgada pela imprensa, o Ministro da Educação Camilo Santana, ao lado do presidente da EBSERH, Arthur Chioro e do Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti anunciaram a parceria, juntamente com os líderes do partido Novo, Romeu Zema, Governador de Minas Gerais e Gleidson Azevedo, prefeito de Divinópolis, ambos, oposição ferrenha ao governo Lula.

O anúncio, sem a presença de parlamentares mineiros e das lideranças partidárias que lutam por essa pauta com o Governo Federal – que todos defenderam e apoiaram, inclusive em enfrentamentos diretos ao prefeito, irmão do senador Cleitinho – nos últimos anos, mostra desrespeito e falta de compromisso com a federação em Minas Gerais.

Lula esteve em Belo Horizonte em 2022 em campanha e fez essa promessa do hospital universitário à parlamentares e lideranças mineiras que trabalharam inclusive com a EBSERH e o Governo de Minas para viabilizar a parceria quando as obras do hospital regional forem concluídas.

Causa estranheza que o anúncio da parceria – necessário! – seja feito ao lado de opositores ao presidente Lula, e não de aliados.

É com indignação que acompanhamos essa notícia e solicitamos uma mudança na conduta e condução de pautas em um Estado fundamental para a eleição do presidente Lula.

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