Tentativa de golpe

Em nova versão, Marcos do Val tenta isentar Bolsonaro

Deputado também afirmou que a decisão de renunciar ou se afastar do mandato não está tomada e que vai conversar com sua equipe nesta quinta-feira (2)

Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) alterou a versão dele sobre a reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o suposto plano de gravar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para reverter o resultado das eleições. A informação é da Folha de S. Paulo.

Na madrugada desta quinta (2), Do Val, em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, disse que a revista Veja publicaria uma matéria mostrando que Bolsonaro tentou coagi-lo a “dar um golpe de Estado junto com ele”.

O senador recuou, horas depois ao ser questionado pela Folha, quanto à acusação. Disse que Bolsonaro se limitou a ouvir o plano do ex-deputado federal Daniel Silveira e afirmou que iria pensar a respeito.

Do Val garantiu que se encontrou com os dois porque recebeu uma ligação de Bolsonaro e que entrou no local da reunião em um carro da presidência.

Mais tarde, em coletiva de imprensa em seu gabinete, o senador afirmou que conversou sobre sair da política com um dos filhos do ex-presidente, Flávio Bolsonaro (PL), nesta quinta, e foi inclusive convidado por ele para se filiar ao PL.

Flávio Bolsonaro, na sessão desta quinta-feira, afirmou que tinha conversado com o colega sobre a reunião, mas "na linha" de que houve "uma tentativa de um parlamentar de demover as pessoas que estavam na reunião de fazer algo absolutamente inaceitável".

Do Val também não deixou claro onde foi o encontro com Bolsonaro e Silveira. Primeiro, disse a Folha que estava em dúvida e que achava que tinha sido no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência.

Depois, em coletiva, mencionou a Granja do Torto, segunda residência da presidência. Na entrevista à Veja, ele contou que o encontro foi no Palácio da Alvorada, a principal residência oficial do presidente, onde Bolsonaro se isolou após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O plano de Silveira, segundo Do Val, era gravar o ministro do Supremo e tentar arrancar dele alguma contradição que pudesse, depois, prendê-lo. "Se aceitar a missão, parafraseando o 01, salvamos o Brasil", diz uma mensagem atribuída a Silveira, revelada pela Veja e que a Folha teve acesso.

"Era muito perceptível o medo do Daniel de ficar vivendo com a sombra do Alexandre de Moraes querendo prender ele a qualquer hora. Aí ele queria fazer o inverso. Construiu um complô para o Alexandre ser preso", disse à Folha.

Do Val afirmou que sua decisão sobre renunciar ou se afastar do mandato ainda não está tomada, e que vai conversar com sua equipe nesta quinta-feira. A decisão de deixar a política também tinha sido comunicada por ele de madrugada, pelas redes sociais.

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