Em novo capítulo de disputa interna, PSL decide expulsar Bia Kicis, aliada de Bolsonaro
Na notificação, o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), diz que a parlamentar incorreu em "grave infração ética"
Em mais um capítulo da disputa interna, o PSL decidiu expulsar, nesta quinta-feira (12), do partido a deputada Bia Kicis (DF), aliada do presidente Jair Bolsonaro.
Na notificação, a que a reportagem teve acesso, o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), diz que a parlamentar incorreu em "grave infração ética" e desrespeitou os princípios de fidelidade partidária estabelecidos no estatuto do PSL.
"É notório que a deputada em questão vem realizando campanha em favor do partido em formação denominado 'Aliança', e para tanto desacreditando a agremiação à qual pertence atualmente", escreve Bivar, referindo-se à Aliança Pelo Brasil, partido que Bolsonaro pretende fundar.
De acordo com o documento, a conduta de Bia Kicis, "pública e reiterada, implica em ofensa inadmissível à imagem do partido, bem como evidencia ação contrária ao programa partidário".
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"A gravidade da conduta e os prejuízos que vêm sendo suportados pela agremiação, justificam a gravidade da pena imposta."
Nesta quarta (11), a briga interna do PSL que se arrasta desde outubro teve reviravoltas. Com Eduardo Bolsonaro (SP) suspenso desde a noite de terça-feira (10) por decisão do diretório nacional do partido, a manhã começou com Joice Hasselmann (SP) eleita nova líder na bancada na Câmara.
No meio da tarde, porém, uma decisão da Justiça de Brasília suspendeu as punições dos 18 parlamentares. O PSL recorreu. Procurado, o ex-ministro Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga afirmou que a expulsão de Bia Kicis "é a prova absoluta da noção de propriedade que existe no PSL".
"É a absoluta comprovação de ausência de democracia e de respeito mínimo à ordem constitucional", disse à reportagem.
Advogado da Aliança, Admar afirmou também que "uma expulsão dessa ordem é uma mancha na vida de qualquer partido".
De acordo com ele, a decisão só poderia ter sido tomada após a tramitação de um processo interno, em que foi dado o direito do contraditório e à ampla defesa à deputada. "Não temos notícia de que isso tenha acontecido."