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Brasília

Em ofício, Barroso pede cooperação do Telegram no combate à desinformação

Presidente do TSE diz que no aplicativo são disseminadas informações falsas sem controle

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto BarrosoMinistro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A menos de um ano das eleições de 2022, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, busca a colaboração do Telegram no combate à desinformação. Barroso alega que é por meio do aplicativo de mensagens que informações falsas sobre o sistema eleitoral são disseminadas sem qualquer controle.

Atualmente, o TSE já possui parceria com diversas empresas, entre elas o Whatsapp, principal concorrente do Telegram, além do Facebook, Google, Twitter, Instagram, Linkedin e Tiktok.

Na semana passada, o presidente do TSE enviou um ofício ao diretor executivo do Telegram, Pavel Durov, pedindo uma reunião para discutir possíveis formas de cooperação do aplicativo com a Corte.

"É por meio do Telegram que muitas teorias da conspiração e informações falsas sobre o sistema eleitoral estão sendo disseminadas sem qualquer controle", afirmou Barroso.

Como a empresa não possui escritório no Brasil, Barroso sugeriu que o encontro ocorra com algum outro representante da plataforma.

Além de não ter representação legal no país, o Telegram também não possui moderação de conteúdo e tem se mantido indiferente às tentativas de contato da Justiça.

No ofício, o ministro ressalta que o TSE é responsável não apenas por fornecer decisões finais sobre litígios eleitorais, mas por organizar e conduzir as eleições no Brasil.

Ele afirma, ainda, que um dos principais instrumentos para enfrentar a questão da desinformação tem sido o diálogo aberto e frutífero com provedores de aplicativos de internet, especialmente redes de mídia social e aplicativos de mensagens.

“Muitas dessas iniciativas se juntaram ao Tribunal em sua missão de garantir que os eleitores tenham acesso a informações verdadeiras sobre o processo eleitoral, para que possam exercer o seu direito de voto de forma consciente e informada”, afirmou no texto.

Algumas características da plataforma preocupam especialmente pelo potencial de uso descontrolado nas eleições, como a possibilidade de grupos para até 200 mil pessoas e canais com capacidade ilimitada de inscritos (no WhatsApp, grupos têm limites de 256 membros).

O serviço de mensagens passa por um boom de popularidade no Brasil. Atualmente, já está instalado em 53% dos smartphones no país, taxa que era de apenas 15% em 2018, segundo levantamento site MobileTime em parceria com a empresa de pesquisas online Opinion Box.

A plataforma tem sido usada principalmente pela família do presidente Jair Bolsonaro como forma de tentar evitar eventuais punições das plataformas digitais, como ocorreu com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

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