Logo Folha de Pernambuco

assédio

Em oito dias, seis mulheres parlamentares denunciam ameaças de "estupro corretivo"

Três vereadoras, duas deputadas estaduais e uma federal receberam mensagens via e-mail corporativo; os casos ocorreram em quatro unidades da federação e são investigados pela Polícia Civil

Bella Gonçalves (PSOL-MG), Iza Lourença (PSOL-MG), Daiana Santos (PCdoB-RS) e Monica Benício (PSOL-RJ) receberam ameaças por e-mail corporativoBella Gonçalves (PSOL-MG), Iza Lourença (PSOL-MG), Daiana Santos (PCdoB-RS) e Monica Benício (PSOL-RJ) receberam ameaças por e-mail corporativo - Foto: Divulgação

Entre o dia 14 e esta terça-feira (22), seis parlamentares mulheres que se identificam como parte da comunidade LGBTQIAP+ denunciaram o recebimento de e-mails com ameaças de morte e "estupro corretivo". As mensagens de teor violento e similares foram enviadas para a deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS), para as estaduais Rosa Amorim (PT-PE) e Bella Gonçalves (PSOL-MG) e para as vereadoras do PSOL Iza Lourença (MG), Mônica Benício (RJ) e Cida Falabella (MG). A Polícia Civil investiga os casos.

O primeiro e-mail foi enviado a Bella Gonçalves no dia 8. Nesta primeira mensagem, o autor teria pedido para que ela renunciasse seu mandato e teria escrito: "Seremos breves: você é lésbica e por isso sua presença não será mais tolerada".

Na ocasião, a parlamentar havia optado por não divulgar as ameaças. A realidade mudou, no entanto, quando, junto a Iza Lourença e Cida Gonçalves, recebeu a segunda ameaça que citava o "estupro corretivo" como uma "terapia cognitiva para curar a lesbianidade". O autor afirmava que iria até as residências das psolistas para testar a "prática".

Nesta mesma noite, a deputada federal Daiana Santos também recebeu mensagem parecida, mas que tomou conhecimento apenas nesta semana, quando prestou queixa à Polícia.

No dia seguinte, 15, a deputada estadual pernambucana Rosa Amorim recebeu e-mail similar. Na mensagem, o autor afirmava que sabia o seu endereço.

Já para Monica Benício, o autor se disse "doutor em Psicologia pela Universidade de Harvard" e afirmou: "Isso não é violência, é o que chamamos Estupro Corretivo Terapêutico, uma terapia de eficácia comprovada que cura o homossexualismo (sic) feminino porque ser sapatão é ser uma aberração".

Após a denúncia pública, entre a última sexta-feira e esta segunda-feira, Iza Lourença recebeu novas ameaças. Desta vez com dados pessoais.

"Teve um e-mail específico sobre minha filha, descrevendo crime de estupro e assassinato. É um grupo que pesquisou sobre as nossas vidas, sabe nossos dados pessoais. Essa ameaça personalizada mexe muito mais" disse Iza Lourença ao Globo

Veja também

Militares indiciados pela PF queriam arrastar promotor e deputados para gabinete do golpe
OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

Militares indiciados pela PF queriam arrastar promotor e deputados para gabinete do golpe

Governadora Raquel Lyra anuncia licitação para duplicação de trecho da BR-232
PE na Estrada

Governadora Raquel Lyra anuncia licitação para duplicação de trecho da BR-232

Newsletter