Em resposta a CPI da Prevent Senior, bolsonaristas em SP querem investigar publicidades de Doria
A justificativa do pedido de CPI dos gastos com publicidade é investigar os contratos do governo sobre o tema e as suas prorrogações e alterações.
Leia também
• Empresa investigada pela CPI da Covid é acusada de dar calote na entrega da vacina Covaxin
• Randolfe: Ministro da Saúde 'está a um passo de ser indiciado'
• CPI da Prevent será aberta na Assembleia Legislativa de São Paulo, diz presidente do órgão
Na esteira do pedido de criação da CPI da Prevent Senior na Assembleia Legislativa de São Paulo, que tem potencial de desgastar o presidente Jair Bolsonaro, deputados bolsonaristas articulam a criação de uma comissão de inquérito que investigue os gastos de publicidade do governo João Doria (PSDB).
Doria é pré-candidato à Presidência da República em 2022, e pode ser adversário de Bolsonaro numa possível tentativa de reeleição.
A justificativa do pedido de CPI dos gastos com publicidade é investigar os contratos do governo sobre o tema e as suas prorrogações e alterações. O autor do pedido é o deputado estadual Danilo Balas (PSL), que é agente da Polícia Federal.
No texto, ele cita um edital de 2020 de R$ 15 milhões que tinha inicialmente objetivo de contratação de agência de publicidade para, entre outras atividades, monitorar "principais influenciadores (detratores e apoiadores) em fichas individualizadas".
O projeto foi modificado e excluiu o item, deixando apenas menção sobre análise do "alcance das publicações".
Também é citada na justificativa, entre outras, uma licitação de publicidade no valor R$ 100 milhões lançada este ano. Balas percorre os gabinetes da Assembleia Legislativa nesta terça (28) para tentar viabilizar as 32 assinaturas necessárias para que a CPI seja protocolada.
Até as 16h desta terça, 14 deputados já assinaram. Além de bolsonaristas, o deputado Carlos Giannazi (PSOL), que é de oposição à esquerda, também endossou a criação da CPI.
Para ser instalada, a comissão ainda tem que ser aprovada em plenário por meio de um projeto de resolução, porque já existem outras cinco CPIs -número máximo- protocoladas para tramitar neste semestre na Casa, embora duas delas estejam suspensas por uma manobra de aliados dos tucanos.
O requerimento para a CPI da publicidade afirma que a investigação terá como foco "o elevado custo dos contratos de publicidade praticados pelo Governo do Estado de São Paulo, além dos inúmeros aditamentos, mesmo diante do cenário de crise instaurado pela pandemia".