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Política

Em vídeo, Aras defende sistema eleitoral e evita criticar Bolsonaro

Procurador-geral da República fez publicação 'diante dos últimos acontecimentos no país' e diz que é preciso ter 'distanciamento' e 'independência'

Procurador-geral da República Augusto ArasProcurador-geral da República Augusto Aras - Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF

Em um vídeo divulgado em um canal do YouTube, o procurador-geral da República, Augusto Aras, defende o sistema eleitoral, mas evita fazer ataques diretos ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Na última segunda-feira, em reunião com embaixadores, o presidente fez uma série de ataques às urnas eletrônicas e ao processo de votação brasileiro.

"Diante dos últimos acontecimentos no país, o procurador-geral da República, Augusto Aras, recorda a necessidade de distanciamento, independência e harmonia entre os poderes", diz uma nota publicada no início da mensagem.

No vídeo, Aras ainda afirma que "as instituições existem para intermediar e conciliar os sagrados desejos do povo, reduzindo a complexidade das relações entre governantes e governados".
 

Nos últimos dias, o procurador-geral da República vinha sendo cobrado por uma posição diante dos ataques perpetrados por Bolsonaro ao sistema eleitoral e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O restante do vídeo divulgado nesta quinta-feira apresenta uma entrevista concedida por Aras na semana passada a correspondentes estrangeiros.

Na terça-feira, um grupo de procuradores do Ministério Público Federal assinou um pedido para que o procurador-geral da República abra uma investigação sobre os ataques sem provas do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral.

O ofício foi assinado pelo procurador federal dos direitos do cidadão Carlos Alberto Vilhena, que foi nomeado por Aras para a função, e por 42 procuradores regionais dos direitos do cidadão das 27 unidades da federação, responsáveis pela atuação na área dos direitos humanos e em defesa dos direitos fundamentais. O grupo afirma que a conduta do presidente "afronta e avilta a liberdade democrática" e pode configurar ilícitos eleitorais decorrentes do abuso de poder.

Por isso, os procuradores solicitam que a Procuradoria-Geral Eleitoral, comandada por Aras, "adote todas as providências cabíveis e consideradas necessárias para a completa apuração dos fatos acima narrados, considerando a missão constitucional de proteção da democracia atribuída ao Ministério Público brasileiro".

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