Em vídeo, Bolsonaro afirmou que colocaria "cara no fogo" por Milton Ribeiro, alvo da PF
Ribeiro deixou o cargo após as suspeitas de lobby de pastores evangélicos na pasta
O presidente Jair Bolsonaro havia defendido, durante uma das suas lives que faz semanalmente, o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, alvo de mandados de prisão e busca e apreensão nesta quarta-feira, junto dos pastores-lobistas Arilton Moura e Gilmar Santos, por suspeitas de crimes na liberação de recursos do Ministério da Educação para prefeituras. Na ocasião, o presidente afirmou: "eu boto a minha cara no fogo pelo Milton".
Veja o vídeo:
Relembrar é viver! Bolsonaro disse que colocaria a cara no fogo por Milton Ribeiro, ex-Ministro preso hoje por corrupção com dinheiro da Educação. Queimou a cara @jairbolsonaro? pic.twitter.com/cTt2gz9N3j
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) June 22, 2022
Pastor na Igreja Presbiteriana, teólogo e advogado com doutorado em educação, Milton Ribeiro foi o quarto ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro (PL). Ribeiro, que deixou o cargo após as suspeitas de lobby de pastores evangélicos na pasta, construiu uma carreira juntando religião e pedagogia. À frente do ministério que chefia desde julho de 2020 vem colecionando polêmicas e crises.
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Nesta segunda-feira, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão contra o ex-ministro e os pastores-lobistas Arilton Moura e Gilmar Santos, por suspeitas de crimes na liberação de recursos do Ministério da Educação para prefeituras.
A operação foi autorizada pela 15ª Vara Federal do Distrito Federal e apura crimes como corrupção e tráfico de influência durante a gestão de Milton Ribeiro. A investigação teve início no Supremo Tribunal Federal, mas foi enviada à primeira instância depois que Milton deixou o cargo de ministro da Educação do governo Bolsonaro.
No total, são cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e cinco prisões preventivas nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal, além de medidas cautelares como a proibição do contato entre os investigados.
Em depoimento prestado no caso, Milton Ribeiro disse desconhecer a atuação dos pastores e afirmou que "não autorizou" os religiosos a falar em nome do ministério. “Não tinha conhecimento que o pastor Gilmar ou o pastor Arilton supostamente cooptavam prefeitos para oferecer privilégios junto a recursos públicos sob a gestão do FNDE ou MEC”, disse.