Guerra

Embaixada de Israel diz ser "muito lamentável" PT comparar postura do país com a do Hamas

Partido afirma que nota de representação do país no Brasil é "um ataque injustificável"

Embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar ZonshineEmbaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine - Foto: Divulgação/Embaixada de Israel

A Embaixada de Israel no Brasil divulgou uma nota nesta terça-feira em que afirma ser “muito lamentável o PT, um partido que defende os direitos humanos", comparar a atuação do país com a do Hamas nos conflitos iniciados no dia 7. A nota é uma resposta a uma resolução produzida pela legenda após reunião de seu diretório nacional na véspera.

O PT rebateu a nota da embaixada e citou o bombardeio a um hospital em Gaza na tarde desta terça-feira que deixou cerca de 500 mortos. Israel nega ter feito o ataque. “Quem representa no Brasil o governo que fez um ataque desta natureza não tem autoridade moral para falar em direitos humanos”, afirmou o partido.

Antes, a embaixada havia dito: “É muito lamentável que um partido que defende os direitos humanos compare a organização terrorista Hamas, que vai de casa em casa para assassinar famílias inteiras, com o que o governo israelense está fazendo para proteger os seus cidadãos.”

A representação israelense também disse que “qualquer pessoa que pense que o assassinato bárbaro, a violação e a decapitação de pessoas é uma posição política, ou que se trata apenas de uma luta política legítima, possui uma extrema falta de compreensão da atual situação”. Por fim, a embaixada afirma que “deve ser feita uma forte separação entre a organização terrorista Hamas e os palestinos”.

Já o PT diz que é “totalmente falsa e maliciosa a interpretação que a Embaixada de Israel no Brasil faz e divulga em nota oficial sobre a resolução do PT a propósito da situação de Gaza”.

Acrescenta que o “diretório nacional do partido condenou, sim, ‘os ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis, cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel’ e advertiu que a retaliação do governo de Israel configura ‘um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra’, como o corte de água potável, energia, alimentos e remédios, além de bombardeios contra a população civil”.

O PT também diz que “todos têm direito a defender seu povo, mas a busca por justiça não se confunde com vingança nem pode se dar por meio da Lei de Talião (em que pessoa que fere outra deve ser penalizada em grau semelhante)”.

A nota do partido ainda afirma: "A posição do PT é semelhante à da porta-voz da ONU para Direitos Humanos, Ravina Shamdasani: 'Não se pode ter uma punição coletiva como resposta aos ataques horríveis (do Hamas])'".

“Afirmar que o PT considera ‘o assassinato bárbaro, a violação e a decapitação de pessoas luta política legitima’, como faz a nota da embaixada, é uma atitude inaceitável por parte de quem tem a responsabilidade de representar no Brasil um país amigo”, diz a nota.

Por fim, a legenda afirma que a nota da Embaixada de Israel é “um ataque injustificável a um partido que ao longo de sua história abriga militantes palestinos, árabes e judeus e defende a coexistência dos Estados de Israel e da Palestina”.

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