Comissão no Senado

Entenda por que Eduardo Girão e Damares Alves levaram réplica de feto para Silvio Almeida

Objeto é usado por grupos antiaborto para reproduzir tamanho real de feto no momento de interrupção de gravidez

Senador Eduardo Girão leva réplica de feto ao ministro Silvio AlmeidaSenador Eduardo Girão leva réplica de feto ao ministro Silvio Almeida - Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) causou mal estar durante sessão no Senado na manhã desta quinta-feira (27), ao tentar entregar a réplica de um feto ao ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida.

A iniciativa de levar o objeto, no entanto, foi de autoria também da senadora Damares Alves (Republicanos - DF), que justificou a ação como uma crítica à decisão de Luiz Inácio Lula da Silva de retirar o Brasil da Declaração do Consenso de Genebra sobre Saúde da Mulher e Fortalecimento da Mulher, documento de caráter conservador contra o aborto.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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A representação de feto é usada constante por grupos antiaborto como forma de representar o tamanho físico do mesmo no momento da interrupção da gravidez.

— Queria muito que o senhor recebesse, de mim e do senador Girão, um presentinho. A gente vai entregar para o senhor com muito carinho, porque as vezes não entendem o que nós estamos fazendo. Nós não queremos que apenas a criança viva tenha direitos, mas a criança por nascer. Eu vou deixar com o senhor um bebezinho de 12 semanas. Se o senhor puder levar com carinho e a gente entender que era isso que a gente queria fazer. Esse bebezinho aqui ter direitos garantidos e a gente construir juntos com o ministério políticas públicas de proteção do nascituro — falou Damares ao explicar o motivo de levar o objeto para o Senado.

Silvio Almeida se negou a receber a réplica de um feto e chamou a atitude de Girão, que se levantou para entregar em mãos o objeto, de "escárnio" e “uma exploração inaceitável de um problema muito sério” vivenciado no país. Ele disse ainda que vai ser pai e, em nome da filha dele que vai nascer, não receberia o objeto. Após a resposta, o ministro foi aplaudido de pé por senadores que estavam na comissão.

— Eu não quero receber isso por um motivo muito simples: eu vou ser pai agora. E eu sei muito bem o que significa isso. Isso para mim é uma performance que eu repudio profundamente, é uma exploração inaceitável de um problema muito sério que temos no país. Em nome da minha filha que vai nascer, eu me recuso a receber isso. Isso é um escárnio — rebateu Silvio Almeida.

As réplicas de feto são frequentemente usadas por grupos antiaborto para representar o tamanho física deles no momento da interrupção da gravidez.

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