Logo Folha de Pernambuco

Política

Equipe de Lula quer iniciar governo com 'super campanha de vacinação'

Objetivo é tentar recuperar cobertura de doenças como poliomielite

Luiz Inácio Lula da SilvaLuiz Inácio Lula da Silva - Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha para iniciar o próximo ano com uma super campanha de vacinação, batizada, até o momento, de “Dia V da Vacinação”. A melhora dos índices de cobertura vacinal está entre as prioridades da equipe da Saúde logo para a largada da gestão e tentará recuperar, principalmente, a prevenção de doenças como a poliomielite.

Ainda não há detalhes de quando poderá ser feito este “Dia V da Vacinação”, depende do detalhe do diagnóstico que será feito pela equipe de Lula. Para colocar o plano em prática, a equipe de Lula trabalhará em um mapeamento do atual cenário ao longo dos 45 dias úteis que terão para realizar a transição. A expectativa é de que haja boa vontade do atual ministro Marcelo Queiroga para o fornecimento dos dados.

A avaliação de interlocutores próximos a Lula é de que o cenário na pasta é de "terra arrasada". O governo Bolsonaro, no entanto, foi marcado pela negação da eficácia dos imunizantes e pela negligência na cobertura vacinal. Atualmente, a cobetura vacinal contra poliomielite está e 72, 57% segundo dados do Ministério da Saúde. O percentual é bem abaixo da meta estabelecida pela própria pasta de 95% das crianças da faixa etária elegível.

O Brasil sempre foi referência mundial na eficiência das campanhas de vacinação e nas altas taxas de aplicação de imunizantes. A visão do núcleo de saúde da equipe de Lula é que é preciso reverter o dano causado pelo presidente Jair Bolsonaro em relação à credibilidade das vacinas e fazer com que os responsáveis levem seus filhos aos postos de saúde.Uma das apostas é investir na comunicação e no esclarecimento sobre o assunto, envolvendo, por exemplo, o combate a fake news. Discute-se, também, o retorno de medidas de gestões passadas de Lula, como a obrigatoriedade de uma carteira de vacinação completa para ter direito ao Bolsa Família.

Entre os nomes que devem colaborar com a transição na área estão os ex-ministros Humberto Costa e Arthur Chioro. Além da questão da vacina, esta equipe citam a necessidade de um diagnóstico para executar o quanto antes ações relacionadas a covid-19, como o aumento da cobertura vacinal entre as crianças e um mutirão para suprir as demandas que ficaram reprimidas no Sistema Único de Saúde (SUS) durante a pandemia, como a fila de cirurgias eletivas e exames.

Desabastecimento do SUS
Outro foco da equipe de transição será dimensionar o desabastecimento do SUS em relação à disponibilidade de medicamentos. Após o diagnóstico, o grupo pretende acionar fornecedores nacionais e internacionais para enfrentar o problema. Entre os pontos de preocupação está o fornecimento de medicamentos para pacientes com HIV.

Como o GLOBO mostrou, a equipe de saúde também fará um pente-fino nas normas e protocolos editados na área durante o governo Bolsonaro. Entre as medidas que devem ser revogadas está o protocolo que indica o uso da cloroquina no tratamento inicial da Covid-19. A droga é comprovadamente ineficaz contra a doença, mas foi amplamente defendida por Bolsonaro e distribuída pelo governo federal para uso em unidades de saúde.

Uma das preocupações da equipe também é como encontrarão a estrutura do Ministério da Saúde. A avaliação é que muitos quadros relevantes entre os servidores deixaram a pasta durante o último governo, o que poderia gerar dificuldades na gestão de algumas áreas. A equipe também planeja a reformulação do organograma do ministério de modo que haja menos concentração de funções na secretaria executiva da pasta, como ocorre na gestão atual.

Veja também

Pacheco afirma que corte de gastos é urgente, será discutido logo após Reforma Tributária
Pacheco

Pacheco afirma que corte de gastos é urgente, será discutido logo após Reforma Tributária

Bolsonaro: ''Não se dá golpe com um general da reserva e meia dúzia de oficiais''
OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

Bolsonaro: ''Não se dá golpe com um general da reserva e meia dúzia de oficiais''

Newsletter