Governo em transição

Equipe de transição procura ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército do governo Bolsonaro

Tanto um como outro declinaram do convite para participar oficialmente do grupo de trabalho da Defesa

ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silvaex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Representantes da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva procuraram dois ex-integrantes do governo de Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva e o ex-comandante do Exército Edson Pujol, para ajudar na interlocução com militares e a preparar projetos para as Forças Armadas.

Tanto um como outro declinaram do convite para participar oficialmente do grupo de trabalho da Defesa, mas se colocaram à disposição para intermediar contatos com a caserna e a indicar as principais prioridades do segmento.

O ex-ministro da Defesa, demitido por Bolsonaro, afirmou a interlocutores de Lula que prefere ficar afastado da cena política e ajudar nos bastidores. Mesmo assim, Azevedo tem sido consultado por petistas sobre como o próximo governo pode pacificar a relação com as Forças Armadas e sugeriu nomes para a comissão.

Pujol, que entregou o cargo em solidariedade a Azevedo, disse que, no momento, está impossibilitado de ajudar na transição em Brasília por questões pessoais, mas se colocou à disposição para colaborar com os trabalhos.

Outros militares que comandaram as Forças Armadas durante os governos de Lula e Dilma Roussef também foram procurados por interlocutores do presidente eleito. Dentre eles, estão o general da reserva Enzo Martins Peri, que chefiou o Exército, e os tenentes brigadeiros Juniti Saito e Nivaldo Luiz Rossato, que lideraram a Força Aérea Brasileira (FAB).

Saito tem dito a interlocutores do PT que está disposto a colaborar “no momento em que o país precisa de paz”.

Um dos coordenadores da transição, o ex-ministro Aloizio Mercadante tem sido um dos principais interlocutores de Lula nessas conversas. O petista vem de uma família de militares - é filho de general e irmão de um coronel - e tem conversado com militares da ativa e da reserva.

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, e os ex-ministros da Defesa Celso Amorim e Jaques Wagner também têm ajudado nessas articulações, fornecendo contatos de ex-integrantes das Forças Armadas.

O grupo temático da Defesa ainda não teve os nomes divulgados e aguarda chancela de Lula para aprovação dos integrantes. A comissão será composta por militares da reserva e civis. A previsão é que ocorra nesta sexta-feira uma reunião com ex-integrantes das Forças Armadas para tratar do funcionamento do grupo de trabalho.

Interlocutores de Lula têm dito aos militares que o novo governo quer valorizar a caserna e pacificar o cenário político no país.

Nessas conversas, petistas têm ouvido o que são consideradas as principais demandas dos militares: não alterar as regras de aposentadoria da categoria e o sistema de promoção, não mudar sistema de ensino nas academias militares, manter os orçamentos previstos para investimentos prioritária para cada força e discutir a atualização dos textos da Política Nacional de Defesa (PND), da Estratégia Nacional de Defesa (END) e do Livro Branco da Defesa Nacional (LBDN), que tramitam no Congresso.

Conforme mostrou o Globo, Lula tem sido aconselhado também a novamente adotar o mesmo critério de antiguidade para escolher os novos comandantes. Na leitura de petistas, isso criaria um “colchão de segurança” para o presidente eleito nomear um civil se sua confiança para ocupar o cargo de ministro da Defesa, cujo nome segue indefinido.

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