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Erika Hilton comenta ataque transfóbico de deputado da Bíblia: "escárnio que não pode passar impune"

Deputada, que é uma mulher trans, foi chamada de "meu amigo" pelo parlamentar durante a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família

Deputada Erika Hilton (PSOL-SP) Deputada Erika Hilton (PSOL-SP)  - Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) definiu como "escárnio" os ataques que sofreu do deputado Pastor Isidório (Avante-BA), na sessão desta terça-feira (19) da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família. Hilton, que é uma mulher trans, foi chamada de "meu amigo" pelo parlamentar e entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) pela fala pedindo R$ 3 milhões de indenização.

"As comissões da Câmara dos Deputados não podem ser um espaço que reforce estereótipo, preconceito e a forma caricata e ridicularizada com que muitas pessoas lidam e tratam a questão LGBTQIA+ no Brasil. O que o deputado fez foi extremamente agressivo, criminoso, sendo transfóbico e lgbtfóbico, na verdade. Ele cometeu vários crimes além da transfobia, tratando a questão da identidade de gênero e orientação sexual como fantasiosa, usando palavras pejorativas, de baixo calão. Foi um escárnio, uma falta de decoro absurda e que não pode passar impune" avalia a deputada.

Na representação enviada ao MPF, a parlamentar pede que Pastor Isidório seja autuado pelo crime de transfobia e pague uma multa de R$ 3 milhões em danos morais coletivos. Além disso, solicita que ele seja condenador por "incitar a discriminação e o preconceito contra pessoas trans e travestis" e "por ter assediado, constrangido, humilhado detentoras de cargo eletivo, utilizando-se de menosprezado e discriminação à condição de mulher”.

A fala, que foi apontada como transfóbica, aconteceu durante a sessão desta terça-feira da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, que iria analisar o PL que proíbe o casamento homoafetivo no Brasil.

"A bíblia não é um absurdo, meu amigo. A bíblia não é um absurdo, meu amigo. A bíblia é a palavra de Deus" disse Isidório a Hilton durante a comissão.

Na mesma reunião, o pastor Isidório fez outras falas polêmicas. Com a Bíblia aberta, o deputado disse que o casamento homoafetivo não é algo do Brasil, mas da Grécia:

"A gente sabe que Deus criou homem e mulher e abençoou. Todavia, o que estamos vendo no Brasil e com direitos constitucionais, do convívio de homem com homem e mulher com mulher, vem da Grécia, vem de Roma. Não é coisa aqui do Brasil."

Ele também afirmou durante sua fala que “homem nasce com binga e mulher nasce com tcheca”.

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