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BRASIL

Esquerda faz ato contra PL da anistia em oito capitais após Bolsonaro virar réu por trama golpista

Manifestação também acontece na véspera da data em que o golpe militar de 1964 completa 61 anos

Concentração do "Dia Nacional de Luta - Sem Anisitia" no RecifeConcentração do "Dia Nacional de Luta - Sem Anisitia" no Recife - Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Movimentos sociais de esquerda e centrais sindicais reúnem o público contra o PL da anistia em oito capitais brasileiras neste domingo. As manifestações acontecem cinco dias após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornar réu por envolvimento na trama golpista o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Organizados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, os atos também ocorrem na véspera do aniversário de 61 anos do golpe militar de 31 de março de 1964.

Ao longo da manhã, tiveram início os atos em Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Curitiba (PR), Belém (PA), São Luís (MA) e Brasília (DF). Já à tarde, eles ocorrem em Fortaleza (CE) e São Paulo (SP), capital prevista para reunir o maior público.

Concentrada na Avenida Paulista, a manifestação deverá ser uma caminhada até a sede do antigo DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna), principal órgão de repressão política na cidade e centro de tortura durante a ditadura miliar.

Sem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ( PT), que retorna a Brasília neste domingo após uma viagem pela Ásia, deverão estar presentes no evento em São Paulo o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) e os deputados Guilherme Boulos ( PSOL-SP) e Erika Hilton (PSOL-SP).

Além de estar marcada para poucos dias após o julgamento que aceitou a denúncia contra Bolsonaro, a manifestação acontece duas semanas depois que o ex-presidente reuniu apoiadores na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

A contabilização do número de participantes na ocasião, no entanto, provocou divergências. Um levantamento do grupo de pesquisa do "Monitor do debate político" do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), e pela ONG More in Common, estimou que o ato bolsonarista reuniu 18,3 mil apoiadores.

Já a Polícia Militar, subordinada ao governador Cláudio Castro (PL), aliado ao ex-mandatário, afirmou que foi feita a contagem de 400 mil pessoas.

Os atos deste domingo, por sua vez, não divulgaram a expectativa de público. Ao portal de notícias Poder360, Guilherme Boulos expressou o desejo de reunir 20 mil pessoas na Avenida Paulista.

Além das manifestações de hoje, o grupo anunciou ao menos outros 22 atos pelo país, que têm acontecido desde a última sexta-feira e deverão se estender até o dia 1º de abril.

As ações são organizadas por militantes dos partidos PT, PSOL, PCdoB, PV e Rede, além de entidades como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e UNE (União Nacional dos Estudantes).

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