DECLARAÇÃO

''Essa polarização é boa, se a gente souber trabalhar'', afirma Lula sobre antagonismo com Bolsonaro

Petista minimizou queda da popularidade do governo revelada por três pesquisas nos últimos dias, mas reconheceu que sua gestão ainda está "aquém" daquilo que prometeu

Lula durante entrevistaLula durante entrevista - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (11) que a polarização no Brasil "é boa" caso seja bem trabalhada. Em entrevista, o petista destacou que esta é uma tendência mundial e disse que o país se encontra dividido atualmente entre "duas pessoas", e não entre dois partidos.

— Eu não me preocupo com a polarização porque o Brasil foi polarizado entre PSDB e PT durante muito tempo. Foi assim em 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006. Agora o Brasil está polarizado entre duas pessoas. Não são nem dois partidos, porque o meu partido existe e o partido deles não existe. É uma legenda eleitoral. A polarização é boa se a gente souber trabalhar — disse em entrevista ao SBT Brasil.

Lula minimizou a queda da popularidade do governo revelada por três pesquisas nos últimos dias, mas reconheceu que sua gestão ainda está “aquém” daquilo que prometeu. A avaliação positiva da atual gestão federal atingiu o menor patamar desde o início do terceiro mandato, segundo a última pesquisa Ipec divulgada na sexta-feira.

— Você utiliza a pesquisa não para ser contra ou para ficar feliz ou muito triste por causa da pesquisa. Você utiliza como instrumento de ação e de mudança da sua estratégia de governo — disse, completando: — Não tem nenhuma razão de o povo brasileiro me dar 100% de popularidade porque ainda estamos muito aquém daquilo que nós prometemos.

De acordo com a Ipec, 33% dos brasileiros consideram a gestão de Lula ótima ou boa — cinco pontos percentuais a menos que o registrado em dezembro, na sondagem anterior, e oito a menos na comparação com março do ano passado.

Um levantamento da Genial/Quaest, divulgado na última quarta (6), também mostra que as declarações do presidente brasileiro sobre Israel derrubaram a avaliação a seu nível mais baixo neste terceiro mandato, sobretudo entre os evangélicos, grupo majoritariamente alinhado ao bolsonarismo.

A desaprovação ao presidente passou de 43% em dezembro para 46% e a aprovação recuou de 54% para 51%; entre o segmento religioso, os que desaprovam saltaram de 56% para 62% e os que aprovam despencaram de 41% para 35%.

Os dados mostram que o recuo na percepção de que o governo é ótimo ou bom foi maior no perfil do eleitorado que escolheu o presidente em 2022. Entre os que declararam voto em Lula, o índice passou de 69% para 61%.

Para o petista, o Brasil não está dividido em partidos, mas entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

— Não me preocupo com a polarização, porque o Brasil foi polarizado entre PSDB e PT durante muito tempo. Verdade, foi assim em 89 foi assim em 94 foi assim, foi assim em 98 foi assim em 2002, em 2006. Agora, o Brasil está polarizado entre duas pessoas. Não são nem dois partidos, porque o meu partido existe, o partido deles não existe. É uma legenda eminentemente eleitoral — comentou.

Presidente defende ampliar investigação em Mossoró
Durante a entrevista, Lula também defendeu "ampliar o espaço da investigação" dos dois fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN). O presidente afirmou ter conversado sobre as buscas com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

— Há contingente de pelo menos 250 policiais de dia e de noite tentando localizar. Só há uma hipótese: ou esses caras já conseguiram sair da região que a gente está investigando ou estão sendo ajudados por alguém — completou.

A fuga dos detentos Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, de 35, completa um mês no próximo dia 14. Foi o primeiro caso de fuga de presos de uma penitenciária federal do país.

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