'Corro risco de vida', diz Witzel, referindo-se à suposta 'máfia de milicianos' na Saúde do RJ
A CPI da Covid no Senado ouve, nesta quarta-feira (16), o depoimento de Wilson Witzel, ex-governador do Rio de Janeiro. Ele foi convocado por conta de denúncias de que teria se beneficiado de um esquema de corrupção no início da pandemia. Witzel sofreu impeachment em setembro.
Omar Aziz (PSD-AM) abriu a reunião para escutar o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel. O STF concedeu habeas corpus que permite que Witzel fique calado, além de não precisar assumir o compromisso de dizer a verdade.
Depois de contestar as investigações contra si e o processo que levou ao seu impeachment, o ex-governador, disse temer pela própria vida. "Eu corro risco de vida, tenho certeza", afirmou, se referindo à "máfia da saúde no Rio de Janeiro, que tem miliciano envolvido". Por isso eu disse que era a intençãode me retirar do país com minha família".
Investigações das OS
Segundo Witzel, os empresários envolvidos não tiveram seus bens bloqueados pela Justiça. "Eu quero saber para onde foi esse dinheiro e quem é que financiou o meu impeachment", disse Witzel ao detalhar as investigações sobre as OS no Rio de Janeiro.
Witzel questionou sua deposição do Governo do Rio de Janeiro. "Eu trago a CPI o seguinte questionamento. O meu impeachment aconteceu de uma forma acelerada, sem o devido processo legal. Isso é ou não é um indício de perseguição e de parcialidade a um governador de Estado?", indagou.
Governadores na CPI
"A investigação aos govenadores é simplesmente para dar a narrativa do governo federal para dizer que eles aproveirtatram para roubar. O governador não é ordenador de despesas", argumentou Witzel, destacando que no processo de impeachment foi condenado por omissão de ter fiscalizado a obra do hospital de campanha.
"Por trás do meu impeachment estão aqueles que se aliaram a esse discurtso de perseguição dos governadores. E eu só fui o primeiro. Depois de mim outros governadores foram atingidos por essas investigações rasas e frágeis", disse.
"O senado hoje tem o dever e a obrigação de tomar as medidas necessárias para acabar com essa farsa", disse o ex-governador, se referindo ao seu processo de impeachment como um "tribunal de exceção".
Durante a sessão, o senador Otto Alencar (PSD-BA) criticou declaração de Bolsonaro, ontem, contra a vacina CoronaVac. “Ele não tem conhecimento, não é médico, e fala de forma irresponsável para confundir o povo brasileiro”, disse o senador.
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Requerimentos
Depois de muita discussão, a CPI não aprovou a convocação do secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas. Os pedidos haviam sido feitos por Eduardo Girão (Podemos-CE), Ciro Nogueira (PP-PI) e Marcos Rogério (DEM-RO).
Na sessão dessa quarta foi aprovada a quebra do sigilo de 21 documentos encaminhados à comissão. A maior parte dos dados foi enviada pelos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores. A medida deve facilitar análise das informações pelos senadores.