EUA agradecem apoio do México em luta contra narcotráfico e migração irregular
O presidente mexicano considera que as queixas, principalmente as americanas, não se justificam, e rejeita que governos estrangeiros opinem sobre leis nacionais
O secretário de Estado estadunidense, Antony Blinken, reconheceu o apoio do México na luta contra o narcotráfico e na gestão da migração, durante visita ao país vizinho nesta segunda-feira.
Em almoço com o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, paralelamente à segunda reunião anual do Diálogo Econômico de Alto Nível (DEAN) entre os dois países, Blinken expressou seu "agradecimento contínuo" pela colaboração com o México em diversos assuntos de interesse mútuo, informou seu porta-voz, Ned Price.
A declaração surgiu da Reunião de Cúpula das Américas realizada em junho em Los Angeles (EUA), da qual o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, distanciou-se em protesto contra a recusa de Washington a convidar os governos de Venezuela, Cuba e Nicarágua.
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A chancelaria mexicana informou que os temas discutidos durante o almoço foram “integração e cooperação econômica, migração, multilateralismo antes da próxima Assembleia Geral da ONU e o tema da segurança, com ênfase no tráfico de armas".
A visita de Blinken, que copresidirá o Diálogo Econômico, ocorre quando ambos os países mantêm uma diferença sobre a política energética do presidente esquerdista. A controvérsia, levantada em julho por Estados Unidos e Canadá no âmbito do acordo comercial regional T-MEC, alega que as reformas legislativas de López Obrador para o setor elétrico mexicano limitam a participação estrangeira.
O presidente mexicano considera que as queixas, principalmente as americanas, não se justificam, e rejeita que governos estrangeiros opinem sobre leis nacionais.
O chanceler Marcelo Ebrard participou da reunião de Blinken com o presidente mexicano. Os dois chefes diplomáticos participarão posteriormente do Diálogo Econômico, fórum que vem tratando de assuntos como os investimentos na fronteira do México com a América Central para conter a migração irregular crescente, além de outras "prioridades econômicas, comerciais e sociais compartilhadas", detalhou o Departamento de Estado na semana passada.