Ex-alvos da Lava Jato, Cunha e Palocci são obrigados a devolver carros de luxo; veja modelos
Decisões são do mesmo juiz e têm menos de uma semana de diferença
O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, preso em 2016 e condenado no ano seguinte por corrupção e lavagem de dinheiro em decorrência da operação Lava Jato, deve entregar à Justiça quatro carros de luxo que estão sob posse dele. A ordem é do novo juiz da Lava Jato em Curitiba, Eduardo Appio. Palocci se junta ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha que, na última sexta-feira (10), também recebeu a mesma ordem de entregar sua frota — composta por seis carros de luxo, incluindo dois porsches.
"Os veículos da deverão se entregues junto ao juízo federal do local onde se encontram (com respectiva documentação e chaves, inclusive chave reserva) [...] para fins de futura e eventual venda judicial da frota pelo douto juízo competente da Justiça Federal do DF que dará, segundo sua competência, a destinação aos valores obtidos, caso decida aliená los em favor da União e/ou vítimas", diz o juiz na decisão, assinada na segunda-feira (13). Palocci tem o prazo de cinco dias úteis para devolver os carros.
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Seis modelos de carros que deverão ser entregues à Justiça por Eduardo Cunha
Frota de carros de Cunha é avaliada em meio milhão
A frota de carros de luxo do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha é avaliada em meio milhão de reais. Ao todo, o ex-deputado federal possui seis veículos, sendo dois Porsche Cayenne, um Ford Fusion, um Ford Edge, um Hyundai Tucson e um Passat Variant Turbo. Os automóveis estão registrados em nome da empresa 'Jesus.com'.
O levantamento usou como base o valor de mercado dos carros na Tabela Fipe. Os dois Porsches, por serem dos anos 2013 e 2006, custam aproximadamente R$ 200 mil e R$ 83 mil respectivamente. Os dois carros da marca Ford, de modelos Fusion e Edge, estão avaliados em cerca de R$ R$ 70 mil cada. Completando a soma, o ex-deputado tem ainda um Hyundai Tucson de R$ 32,5 mil e um Passat de R$ 30 mil. O valor da fota é de aproximadamente R$ 483 mil.
Entre os carros, há uma particularidade na escolha de uma das placas. O carro Ford Edge tem a numeração final 1530, número que o político usou na urna para concorrer três eleições para o cargo de deputado federal, nos anos 2006, 2010, e 2014.
Em outubro de 2016, quando foi preso preventivamente em decorrência da Operação Lava-Jato, o Ministério Público Federal pediu pela segunda vez a apreensão de oito veículos do então deputado. Os bens somavam, na época, mais de R$ 1 milhão. Entretanto, o juiz Sérgio Moro apenas determinou que os carros ficassem bloqueados, ou seja, não poderiam ser vendidos, mas permaneciam sob posse da família Cunha. Na nova ação, o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, revogou a decisão de Moro.
Nas redes, Cunha afirmou que a decisão busca o "constrangimento público" e que as medidas não poderiam ser tomadas pela Justiça Federal de Curitiba, já que a ação seguiu para a Justiça Eleitoral. No despacho, Appio reconhece o declínio da ação penal, mas pondera que ainda tem atribuição a respeito de medidas cautelares.