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Política

Ex-assessor confirma reunião citada por empresário que acusou Flávio Bolsonaro

O delegado-informante teria aconselhado Flávio a demitir seu assessor Fabrício Queiroz e a filha dele, que estava lotada no gabinete de deputado federal de Jair Bolsonaro em Brasília

FlávioFlávio - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A defesa de Victor Granado Alves, advogado e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), confirmou em nota divulgada nesta terça-feira (19) que seu cliente compareceu à reunião de dezembro de 2018, no Rio de Janeiro, em que o filho do presidente da República teria relatado o vazamento a ele de informações de uma investigação sigilosa da Polícia Federal.

"Victor Granado esteve presente em reunião na residência do empresário Paulo Marinho na qualidade de advogado do então deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, razão pela qual está impedido de comentar os fatos lá debatidos por força da relação profissional e do sigilo inerente ao exercício da advocacia", diz a nota, assinada pelo escritório Teixeira & Kullmann.

Conforme o jornal Folha de S.Paulo revelou no sábado (16), Marinho relatou ter sido procurado em dezembro pelo senador eleito, "absolutamente transtornado", procurando indicação de um advogado criminal. O empresário foi um dos mais importantes aliados do presidente Jair Bolsonaro na campanha eleitoral e suplente na chapa de Flávio ao Senado.

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De acordo com Marinho, Flávio disse que soube com antecedência que a Operação Furna da Onça seria deflagrada, tendo sido alertado da existência dela entre o primeiro e o segundo turnos da eleição por um delegado da Polícia Federal que era simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro.

O delegado-informante teria aconselhado Flávio a demitir seu assessor Fabrício Queiroz e a filha dele, que estava lotada no gabinete de deputado federal de Jair Bolsonaro em Brasília. Os dois, de fato, foram exonerados no mesmo dia, 15 de outubro de 2018.

A Operação Furna da Onça investigava desvio de recursos públicos da Assembleia Legislativa do Rio, entre elas a suspeita de "rachadinha" no gabinete de Flávio, operada por Queiroz.

A nota da defesa de Granado, que também é investigado, afirma que "todos os quase cem assessores parlamentares que trabalharam no gabinete" de Flávio tiveram seus sigilos quebrados por dez anos, "independentemente de qualquer fundamentação individualizada, pelo simples fato de serem assessores daquele gabinete".

"Suas atividades consistiam não apenas na atuação em processos judiciais, mas na análise de todas as questões jurídicas concernentes ao gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Alerj, quando atuou de fevereiro de 2017 a janeiro de 2019 como seu assessor, exercendo o munus advocatício em processos exclusivamente no período de 2017 a 2018, valendo, ainda, asseverar que a grande maioria dos citados processos existentes naquele gabinete tiveram início antes do ano de 2017", diz a nota.

Os advogados afirmam ainda, sobre a movimentação atípica em uma franquia da rede de chocolates Kopenhagen, que Granado tem esse negócio desde 2011, "sendo certo que todas as movimentações financeiras, bem como contabilidade, são realizadas de acordo com a legislação vigente, tendo sido todos os tributos devidamente recolhidos, não havendo qualquer pendência de qualquer sorte".

A nota dos advogados encerra dizendo que Victor Granado não possui vínculo comercial com Flávio Bolsonaro na empresa.

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