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CPI dos Atos Antidemocráticos

Ex-ministro de Lula, GDias começa a depor à CPI dos Atos do DF

General esteve a frente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) até ser flagrado por câmeras interagindo com invasores no Palácio do Planalto

General Marco Edson Gonçalves Dias presta depoimento na CPI da CLDF General Marco Edson Gonçalves Dias presta depoimento na CPI da CLDF  - Foto: Paolla Serra

O general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), começou a prestar depoimento nesta quinta-feira (22), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O grupo investiga as invasões e depredações dos prédios públicos em Brasília no dia 8 de janeiro.

O ex-ministro do GSI trabalhou no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e saiu após ser flagrado por câmeras de segurança interagindo com os autores dos ataques dentro do Palácio do Planalto. Na semana passada, após parlamentares governistas rejeitarem o pedido para ouvir o general na CPI mista do Congresso Nacional, eles tratam a oitiva dele na CLDF como uma espécie de teste.

"GDias é o terceiro general que está vindo depor na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF e a expectativa é que ele explique tudo que aconteceu em 8 de janeiro. Vamos perguntar porque o GSI não funcionou naquele dia, o motivo de terem sido mantidos os acampamentos em frente ao QG do Exército, e também quem determinou a abertura da Esplanada dos Ministérios naquela ocasião. Segundo os dos generais a ordem teria sido do governador Ibanes. Há a ideia de que houve um apagão e um desentrosamento entre as forças de segurança local e nacional, o que obviamente não pode acontecer. Nossa investigação está avançando e as coisas estão se esclarecendo" disse o deputado Chico Vigilante (PT), presidente da comissão.

Ao Globo, governistas afirmaram que irão acompanhar o depoimento de longe. Na avaliação de alguns deles, a participação de GDias poderá dar pistas sobre qual melhor estratégia a ser usada pela base na ida dele à CPI do Congresso, também já aprovada.

Na Câmara Legislativa do DF ele será ouvido a partir de um requerimento de convite feito pelo presidente da CPI, o deputado distrital Chico Vigilante, do próprio PT. O deputado afirma que não houve pressão por parte do governo ou mesmo do PT para que ele cancelasse a participação de GDias na CPI do DF.

Para a oitiva desta quinta-feira (22), o general foi convidado e não convocado, o que significa que ele não é obrigado a comparecer. O deputado Chico Vigilante, no entanto, afirma que há um acordo para que ele vá ao colegiado.

Na CPI do 8 de janeiro no Congresso, GDias foi um dos campeões de pedidos de convocação. A maioria foi apresentado por parlamentares da oposição, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e delegado Ramagem (PL-RJ), mas também há da base do governo, como Rafael Brito (MDB-AL) e Duarte (PSB-MA).

Para oposição, GDias é um personagem crucial nas investigações e tem sido o alvo preferido de críticas de suposta negligência do governo nas invasões aos prédios públicos ocorridas no 8 de janeiro. Embora tenha maioria na CPI, o governo avalia que a oposição vá explorar documentos que apontem suspeita de falha de avaliação do risco de invasão.

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