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BRASIL

Exército monta operação para escoltar coronel que está nos Estados Unidos e é alvo de investigação

Militar teve a prisão preventiva decretada, mas continua livre por estar em Washington

Ato seguirá até a Praça dos Três PoderesAto seguirá até a Praça dos Três Poderes - Foto: EBC

orrêa Netto, coronel do Exército Foto: Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre/Facebook

O Comando do Exército vai escoltar dos Estados Unidos até o Brasil o coronel Bernardo Romão Corrêa Netto, um dos alvos da operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira para apurar a atuação de uma suposta organização criminosa que planejava um golpe de Estado no país. O militar teve a prisão preventiva decretada, mas continua livre por estar em Washington, onde estava fazendo um curso no Colégio Interamericano de Defesa. Como mostou ontem a coluna de Bela Megale, a Força determinou ainda ontem o seu retorno.

Após desembarcar em solo brasileiro, ele ficará preso em uma unidade do Exército. Além dele, outras três pessoas foram alvos de mandado de prisão preventiva determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF): o ex-assessor especial da Presidência Felipe Martins, o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira e o também ex-assessor da Presidência Marcelo Câmara.

Corrêa Neto é apontado pela PF como o organizador de uma reunião de oficiais das Forças Especiais do Exército para discutir a trama golpista em 28 de novembro de 2022 , quase um mês após o segundo turno das eleições presidenciais. Na época, Corrêa Neto era assistente do Comando Militar do Sul e apontado como homem de confiança de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

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A Polícia Federal concluiu que houve “um planejamento minucioso” de integrantes das Forças Especiais, os chamados kids pretos, para a execução de um golpe de Estado que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Caberia ainda aos kids pretos realizar prisões de autoridades após a edição de um decreto de intervenção militar. Entre os alvos estaria o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que chegou a ser monitorado pelos investigados.

Os detalhes do plano foram relatados em mensagens encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, que fechou colaboração premiada com a Polícia Federal.

Por decisão de Moraes, o Exército também vai exonerar de suas funções dois oficiais que estão em postos de comando. Perderão seus cargos o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, de Manaus, e o coronel Gulherme Marques Almeira, de Goiânia. Novos comandantes serão designados para ocupar os postos.

O Exército, contudo, não vai abrir novos processos disciplinares. A orientação é manter a conduta adotada em relação a Mauro Cid, aguardar as conclusões das investigações e decisões judiciais. Caso sejam condenados, irão aos chamados conselhos de justificação, serão expulsos e perderão posto e patentes se forem considerados "indignos" de serem oficiais. Mas as famílias receberão pensão integral.

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