BRASIL

Exército prorroga por 20 dias investigação sobre atos de 8 de Janeiro

Inquérito Policial Militar, aberto em 12 de janeiro, apura atuação de integrantes do Batalhão da Guarda Presidencial dentro do Palácio do Planalto

Atos golpistas em Brasília Atos golpistas em Brasília  - Foto: Sérgio Lima/AFP

O Exército prorrogou por 20 dias o prazo para a conclusão do Inquérito Militar Policial (IPM) que apura a atuação de integrantes do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) nos ataques golpistas de 8 de Janeiro. A investigação foi aberta no dia 12 de janeiro pelo Comando Militar do Planalto (CMP) e visa averiguar se houve omissão, erros ou conveniência da tropa dentro do Palácio do Planalto.

O IPM tinha prazo de término de 40 dias, mas na última sexta-feira, dia 17, o Exército solicitou ao Ministério Público Militar (MPM) a prorrogação do período para a conclusão alegando a necessidade de diligências para a elucidação dos fatos.

Um dos principais alvos do inquérito é o ex-comandante do BGP, tenente-coronel Paulo Jorge Fernandes da Hora, que foi flagrado por câmeras de segurança discutindo com policias militares, enquanto vândalos destruíam o Palácio do Planalto.

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspeitam que ele tenha tido uma postura leniente durante os ataques golpistas. O ministro da Defesa, José Múcio, deixou explícitas as suspeitas em torno da atuação de Fernandes e disse que ele será punido, caso fique comprovada a suposta leniência.
 

Diante das desconfianças , o tenente-coronel Fernandes deixou o comando do BGP antecipadamente. A saída dele era prevista para fevereiro, mas foi antecipada para o dia 27 de janeiro diante da pressão do Planalto. A mudança ocorreu após a demissão do então comandante do Exército, general Júlio Cèsar Arruda no dia 21 de janeiro. Ele foi substituído pelo general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

O inquérito analisa imagens das câmeras do Planalto e vídeos avulsos gravados dentro do prédio durante a invasão. Também foram anexadas ao IPM troca de mensagens por WhatsApp e por e-mail sobre a dispensa e o acionamento às pressas das tropas no domingo.

A investigação do Exército está reconstruindo uma linha do tempo em torno dos atos de 8 de janeiro. O GSI só enviou um pedido para a presença de um pelotão de 36 homens para o Palácio do Planalto às 11h54 do domingo. A solicitação foi feita em um grupo de WhatsApp com integrantes do GSI, do BGP e do CMP. Na ocasião, foram discutidos se a tropa já estava alimentada. O responsável pela segurança do Planalto menciona que iria preparar dois lanches para o grupo. A troca de mensagens está anexada no Inquérito Policial Militar.

O pelotão chegou ao Palácio do Planalto por volta das 13h. Às 14h30, uma imagem de drone mostra o momento que os manifestantes furam o bloqueio da polícia militar. O general, então, determinou a ida de mais tropa, totalizando 213 militares no local. O grupo só chegou ao local por volta das 15h quando os invasores já estavam no prédio.

Sindicância Como mostrou O Globo, o Exército abriu uma sindicância no início deste mês para apurar a conduta de um sargento do Batalhão da Guarda Presidencial que se juntou aos bolsonaristas radicais para cantar o Hino Nacional durante a invasão ao Planalto em 8 de Janeiro. A cena foi flagrada por uma câmera de vídeo e integra 16 horas de gravação que estão sendo analisadas dentro do Inquérito Policial Militar (IPM).

Embora o vídeo mostre apenas um militar cantando o hino junto com manifestantes que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto há a suspeita que outros integrantes da Força também tenham se juntado ao coro com os radicais.

Chamado a prestar esclarecimentos, o sargento – cujo nome está mantido em sigilo - alegou que cantou o Hino Nacional como modo de ganhar a confiança dos invasores. Em depoimento, segundo relatos ao GLOBO, o militar disse não ter sido o único a não tomar tal atitude.

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