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Exército

Exército publica portaria sobre ética e uso de redes para combater "informações falsas"

Em documento, chefe do Estado-Maior do Exército apresenta diretrizes para corporação implementar nova política

Segundo o documento, o objetivo do Estado-Maior é que os militares desenvolvam "pensamento crítico" sobre o uso de redes sociais Segundo o documento, o objetivo do Estado-Maior é que os militares desenvolvam "pensamento crítico" sobre o uso de redes sociais  - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O chefe do Estado-Maior do Exército (EME), general Richard Fernandez Nunes, publicou na semana passada uma portaria apresentando a nova Política de Ética Profissional e de Liderança Militar da corporação para o quadriênio que vai até 2027.

O documento de sete páginas, que vem acompanhado de outro texto com diretrizes para implementação das práticas, define estratégias que a instituição deve utilizar nos próximos anos para "fortalecer a ética e a liderança militar" e combater "informações falsas, confusas, descontextualizadas e superficiais" que circulam no ambiente digital.

Segundo o documento, o objetivo do Estado-Maior é que os militares desenvolvam "pensamento crítico" sobre o uso de redes sociais e da Inteligência Artificial (IA), sem fugir dos "preceitos da ética profissional".

Para tal, a nova política mira melhorar a capacidade de seus membros em avaliar, filtrar e lidar com as "questões morais que se apresentam em seu dia a dia" diante do "incontrolável fluxo de estímulos" que recebem.

Nas diretrizes para a implementação da política, Richard Nunes afirma que as mídias digitais, as redes sociais e a IA exigem "o desenvolvimento de tecnologias de maneira responsável, garantindo o respeito aos direitos humanos, à privacidade, à justiça e à transparência". Na avaliação do general, o ambiente digital, com sua "velocidade e superficialidade", possui a capacidade de "potencializar as limitações da liderança".

Isso acabaria, no entender do oficial, dificultando a influência de superiores e os "esforços para atingir os objetivos da instituição".

Nunes considera ainda que, para enfrentar esse problema, os líderes devem cada vez mais se capacitar e adquirir conhecimentos que os ajudem a driblar essas situações.

"O líder militar deve conhecer profundamente o contexto em que atua, cercando-se de assessores zelosos que não sejam meros repetidores de opiniões, amplamente disseminadas nas redes sociais", diz o texto.

O documento reforça que o Exército busca "reforçar a ideia de legalidade, profissionalismo e seus valores para fugir de novas armadilhas". Para a corporação, com essa nova medida, temas como "ética profissional e liderança militar se mostram prioritários, pois se apresentam como essenciais para a efetividade e a resiliência da Instituição".

Com base nessa orientação, os integrantes da Força, "fardados ou não", devem "conhecer profundamente e incorporar" os temas em sua conduta.

Para implementar a nova política de ética profissional do Exército, Nunes postula que o maior esforço virá do Departamento de Educação e Cultura do Exército, o Decex.

Caberá à unidade, por exemplo, fortalecer o estudo da História Militar, em particular no que diz respeito "à liderança militar praticada pelas tropas e chefes militares do passado". Segundo o documento, o principal objetivo dessa ação seria fortalecer o pensamento crítico a partir de experiências do passado.

O Decex também ficará responsável pela realização de estudos de casos atuais, que “propiciem oportunidades de análise dos aspectos da liderança militar e da ética profissional”. Os militares deverão aprender sobre a “ética no mundo digital” no Sistema de Educação e Cultura do Exército.

Também serão propostos debates entorno da utilização ética das ferramentas que contêm Inteligência Artificial (IA) nos estabelecimentos de ensino para que os discentes levem esse conhecimento para as instituições militares em que forem trabalhar.

Ficará a cargo do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército incentivar as atividades de pesquisa, desenvolvimento, inovação e produção militar de tecnologias de IA, sempre com uma "especial atenção aos aspectos éticos a ela relacionados".

O departamento também ficará responsável por gerenciar “sistemas complexos como a IA", norteando a aquisição e o emprego destes sistemas conforme os "princípios éticos e os valores morais da Instituição”.

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