Supremo

Fachin abre divergência e vota para manter cassação de Fernando Francischini

Ainda faltam votar os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski

Proibição determinada por lei do deputado estadual Eyder Brasil (PSL) está suspensa por liminar do ministro Edson FachinProibição determinada por lei do deputado estadual Eyder Brasil (PSL) está suspensa por liminar do ministro Edson Fachin - Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para manter a cassação do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (União-PR) por propagação de fake news contra as eleições determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Fachin, que é presidente da Corte Eleitoral, abriu divergência do relator, Nunes Marques, que devolveu o mandato ao parlamentar.

A Segunda Turma da Corte julga nesta terça-feira o referendo da decisão do ministro Nunes Marques, que na última quinta-feira devolveu o mandato ao deputado estadual. O parlamentar foi cassado em outubro de 2021.

Por enquanto, o placar está em dois votos a um: André Mendonça referendou a liminar dada por Nunes Marques, mantendo o mandato do deputado bolsonarista. Apenas Fachin divergiu até o momento. Restam votar os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.

O julgamento foi marcado nesta segunda-feira por Nunes Marques, que também é presidente da Segunda Turma, poucas horas antes do início do julgamento pelo plenário virtual de um recurso que questionava a sua decisão. Essa análise foi paralisada após um pedido de vista do ministro André Mendonça. Ambos foram indicados ao STF pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

A segunda turma é composta por cinco ministros. Ainda faltam votar os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Nos bastidores do STF, a tendência é que os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes sigam Fachin. Interlocutores da Corte também não descartam a possibilidade de um pedido de vista por parte de André Mendonça.

O julgamento de Francischini foi o primeiro em que houve condenação de um parlamentar por fake news no TSE e é considerado um marco para casos parecidos. Na decisão favorável ao deputado, Nunes Marques se posicionou contra, entre outras pontos, à decisão do TSE de aplicar às redes sociais as mesmas regras previstas para uso indevido dos meios de comunicação, ponto trazido pela defesa.

O magistrado também entendeu que faltam elementos que comprovem o comprometimento da disputa eleitoral em decorrência da live do deputado, feita em 2018, na qual afirmou, sem provas, que as urnas eletrônicas estavam fraudadas para impedir a eleição de Jair Bolsonaro.

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