Logo Folha de Pernambuco

Política

Fachin diz que a Justiça Eleitoral está sob ataque e a democracia ameaçada

Alerta foi feito depois de o presidente Jair Bolsonaro ter novamente defendido a ditadura militar, atacado o Judiciário e colocado em dúvida as urnas eletrônicas

Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal FederalEdson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal - Foto: Rosinei Coutinho / SCO / STF

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, disse nesta sexta-feira que a Justiça Eleitoral está sob ataque e a democracia ameaçada. Sem citar nomes, Fachin disse que não vai "aguçar o circo de narrativas conspiratórias das redes sociais", numa referência às acusações de fraudes, sem provas, envolvendo o sistema eletrônico de votação usado no Brasil. Também defendeu "dissipar o flerte com o retrocesso", assegurando a prevalência da institucionalidade sobre "a ordem de coisas inconstitucional".

Na quinta-feira, aniversário do golpe de 1964, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a ditadura militar, renovou seus ataques ao Judiciário e voltou a colocar em dúvida a segurança das urnas eletrônicas.

"Temos à nossa frente um período turbulento. Espero que, com serenidade e sabedoria, encontremos soluções e superemos desafios. A Justiça Eleitoral está sob ataque. A democracia está ameaçada. A sociedade constitucional está em alerta. Impende, no cumprimento dos deveres inerentes à legalidade constitucional, defender a Justiça Eleitoral, a democracia e o processo eleitoral", disse Fachin em encontro com os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) do Nordeste.

Fachin também afirmou que a preocupação do TSE é garantir a segurança e paz dos cidadãos brasileiros, acrescentando:

"Não vamos aguçar o circo de narrativas conspiratórias das redes sociais, nem animar a discórdia e a desordem, muito menos agendas antidemocráticas. Nosso objetivo, neste ano, que corresponde ao nonagésimo aniversário da Justiça Eleitoral, é garantir que os resultados do pleito eleitoral correspondam à vontade legítima dos eleitores".

E alertou para o risco de retrocesso:

"Os deveres nos chamam hoje, mais do que nunca, para dissipar o flerte com o retrocesso e assegurar que a institucionalidade prevaleça sobre a ordem de coisas inconstitucional. Trata-se, obviamente, de uma nobre missão, cujo sucesso depende de um esforço de trabalho conjunto".

Fachin também chamou atenção para os TREs enfrentarem o "grande mal que é a desinformação". Ele lembrou que, em sessão na terça-feira, o TSE aprovou uma resolução que ampliou o número de urnas eletrônicas que passarão por auditoria no dia das eleições.

Veja também

Eduardo Paes e Sérgio Moro protagonizam bate-boca virtual: "Recolha-se a sua insignificância"
DISCUSSÃO

Eduardo Paes e Sérgio Moro protagonizam bate-boca virtual: "Recolha-se a sua insignificância"

Advogado de Mauro Cid diz que Bolsonaro tinha conhecimento do plano de golpe
OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

Advogado de Mauro Cid diz que Bolsonaro tinha conhecimento do plano de golpe

Newsletter