Fachin diz que Justiça Eleitoral pode estar 'sob ataque de hackers'
Ministro afirmou em entrevista ao jornal Estado de São Paulo que Brasil terá ' maior teste das instituições democráticas' nas eleições de 2022
Prestes a tomar posse na próxima semana como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Edson Fachin revelou que a Justiça Eleitoral “já pode estar sob ataque de hackers”, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo. Fachin afirmou que a maior parte das atividades criminosos teria origem na Rússia, país que não tem "legislação adequada de controle".
O ministro defendeu que é hora de endurecerem relação ao Telegram, rede social que não tem representação no Brasil e não responde aos contatos do TSE. A plataforma que não possui mecanismos de controle e virou terreno fértil para a disseminação de conteúdos falsos entrou na mira do Tribunal que estuda até proibir seu funcionamento no Brasil.
Leia também
• Arthur Lira defende lei ampla sobre fake news: 'Não vamos fazer disputa nacional pelo Telegram'
• Barroso diz que dados do TSE vazados por Bolsonaro 'auxiliam milícias digitais e hackers'
• Telegram já foi alvo de bloqueio em 11 países e preocupa TSE
Porém, segundo disse Fachin ao Estadão, ele ainda vai aguardar uma posição do Congresso para conter os riscos oferecidos pela rede. Ele citou como exemplo a Alemanha, onde diversos canais que propagavam a incitação ao ódio foram excluídos do Telegram.
Sobre as ameaças do presidente Jair Bolsonaro (PL) em não reconhecer o resultado das urnas neste ano em caso de derrota, o ministro disse que teremos "o maior teste das instituições democráticas do Brasil”. Para sua gestão no TSE, o tribunal adotará o slogan “paz e segurança nas eleições”.
Além disso, Fachin descartou a possibilidade de as Forças Armadas embarcarem com Bolsonaro numa tentativa de golpe em caso de derrota. Ele afirmou que “populismo autoritário” não tem mais espaço no Brasil, e deixou uma mensagem: “Ditadura nunca mais”.