Falta de equipamentos e só 40 homens: 5 pontos sobre a atuação do GSI no dia da invasão ao Planalto
O episódio gerou desgaste para o general Marco Edson Gonçalves Dias, um dos chefes da segurança presidencial durante o governo de Dilma Rousseff
Responsável pela segurança dos palácios presidenciais, o Gabinete de Segurança Instituticional (GSI) teve sua atuação durante os atos terroristas do dia 8 de janeiro questionada por não ter conseguido impedir que manifestantes invadissem o Palácio do Planalto, deixando um rastro de destruição.
O episódio gerou desgaste para o general Marco Edson Gonçalves Dias, um dos chefes da segurança presidencial durante o governo de Dilma Rousseff, escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro do GSI.
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Veja em cinco pontos o que já se sabe sobre a atuação do órgão no dia:
Efetivo pequeno
Responsável pela segurança do Palácio do Planalto, o militar José Eduardo Natale de Paula Pereira afirmou em depoimento à Polícia Civil que havia 40 homens para proteger o Palácio do Planalto no último domingo. “Havia por volta de 40 homens na tropa de choque do GSI para fazer a contenção dos milhares de manifestantes”, afirmou ele no depoimento, revelado pelo Globo.
Os números apresentados por Pereira aos investigadores reforçam que o contingente era insuficiente para vedar o Planalto em meio às ameaças de invasão à sede do Poder Executivo. Questionado pelos policiais, o militar afirmou que só no Salão Nobre do segundo pavimento do Planalto havia cerca de 700 pessoas, ou seja, o equivalente a 17 invasores para cada segurança.
Dispensa na véspera
Na véspera da invasão e ataque ao Palácio do Planalto, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) dispensou reforço no Batalhão da Guarda Presidencial. A determinação, feita por escrito, ocorreu cerca de 20 horas antes dos atos terroristas dentro do prédio onde fica a sede da Presidência da República. Com a medida, o GSI prescindiu de um pelotão composto por 36 militares que já estava no local desde a sexta-feira, dia 7. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
De acordo com a publicação, o reforço da guarda presidencial foi mantido durante o sábado, quando a segurança do prédio havia sido ampliada. Mas, no domingo, o Planalto amanheceu apenas com o efetivo da guarda normal e sem recursos para controlar a multidão de golpistas.
Pedido de reforço
No depoimento à Polícia Civil, Pereira ainda contou que, enquanto os manifestantes se movimentavam em direção ao Congresso Nacional, a poucos metros do Planalto, acionou o plano "escudo", que envolvia o reforço da Polícia Militar do Distrito Federal e do Exército Brasileiro para impedir invasões nos órgãos governamentais.
“Mesmo com o acionamento das frentes de defesa, os manifestantes conseguiram romper as barreiras fixas e as linhas de defesa das forças de choque e chegaram até o espelho d'água. No espelho d'água, os manifestantes foram contidos por alguns minutos pelas forças de segurança”, disse Pereira no depoimento.
O pelotão que havia sido dispensado no sábado retornou ao Palácio do Planalto somente na tarde de domingo, após o Comando Militar do Planalto ter entrado em contato com o GSI, por iniciativa própria, e demandado a volta do reforço.
Falta de equipamento
Os militares do Batalhão da Guarda Presidencial não tinha equipamentos para controlar distúrbios civis, como escudos, bombas de gás e balas de borracha, contando majoritariamente com fuzis com munição letal.
Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra a discussão entre policiais militares e integrantes do Exército sobre a contenção dos manifestantes na área térrea do Planalto. Um policial grita para o Exército "fechar a linha", enquanto soldados parecem hesitar diante da horda de golpistas que se aproxima. Em outro momento, um militar tenta disparar uma bomba de gás, mas não consegue, ao que o policial afirma: "Está travada".