Feitosa comenta sobre segurança em Pernambuco
Deputado analisou as mudanças feitas pelo Governo do Estado na segurança pública
A saída da secretária de Defesa Social, Carla Patrícia, na última quarta-feira (30), começou a tornar mais evidente o sistema de governança adotado pela governadora Raquel Lyra (PSDB), de viés extremamente autoritário e centralizador.
Sem a devida autonomia, com o pedido prematuro, em apenas oito meses de gestão, da secretária de Defesa Social, chega-se a cinco baixas só no primeiro escalão do Executivo Estadual, considerado essencial para tocar a máquina da magnitude de Pernambuco.
“Quando a gente vê uma secretaria de Defesa Social, que coordena os órgãos da segurança pública, anunciar a sua saída em oito meses de governo alegando que é por problemas pessoais, assim como fizeram outros secretários, entendemos isso como algo muito preocupante. Não só com relação à segurança pública, mas com todo o sistema de governança do Governo Raquel Lyra”, comenta o deputado Alberto Feitosa (PL) à Folha.
Segundo Feitosa, o que se escuta nos bastidores é que os secretários não têm autonomia sequer para mudar um faxineiro ou merendeira, imagina conduzir as ações pertinentes da pasta.
“O que se sabe é que tudo tem que passar pela força centralizadora de Raquel Lyra. Sem autonomia, diante de tantas coisas que precisam ser feitas no Estado, fica difícil conseguir a habilidade e grupo para trabalhar”, explica o deputado.
Um dos maiores críticos do Juntos pela Segurança, Feitosa lembra que estava sob responsabilidade de Carla Patrícia a condução do fatídico plano de Segurança Pública. Agora, de acordo com Feitosa, certamente o plano deve ser impactado. Com a exoneração de Carla, assumiu interinamente a pasta o secretário executivo da SDS, Alexandre Luiz Rollo Alves.
“Sem dúvida, com a saída de Carla Patrícia, uma delegada da Polícia Federal com bastante experiência na área de Segurança Pública, há uma ruptura na cadeia de comando. Como o Juntos pela Segurança estava sob a coordenação de Carla Patrícia, a leitura que se faz com sua saída é que não havia plano ou, que esse plano não vai ter solução de continuidade”, acredita o parlamentar.
Para Feitosa, a situação da violência no Brasil é preocupante, mas que em Pernambuco é ainda maior, com os índices de violência crescentes em todas as áreas.
“Independente de classe social ou cultural, e em qual bairro moram, as pessoas estão com medo. E quando uma secretária de Defesa Social sai sem explicar à sociedade o motivo, só reforça essa sensação de insegurança que é percebida no aumento dos crimes contra o patrimônio, na elevação de roubos e furtos de veículos, e no crime letal intencional, com homicídios ocorrendo em plena luz do dia”, conclui o deputado.