Filho de Sérgio Cabral deixa a cadeia após decisão da Justiça
José Eduardo Cabral, um dos principais alvo da operação Smoke Free vai responder em liberdade, mas com medidas cautelares
A Justiça Federal revogou pedido de prisão preventiva e mandou soltar o filho do ex-governador Sérgio Cabral, José Eduardo Neves Cabral, nesta quinta-feira (15). Ele foi um dos alvos da Operação Smoke Free, da Polícia Federal, contra uma organização criminosa armada e transnacional especializada em comércio ilegal de cigarros.
O empresário deixou o Batalhão Prisional da PM, em Niterói, por volta das 16h e foi para casa. Ele estava preso desde o dia 24 de novembro , mesmo local onde está o ex-governador.
A decisão da juíza Rosália Monteiro, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, expedida nesta quarta-feira, determinou que José Cabral responda às investigações em liberdade, mas com algumas medidas cautelares.
— A defesa reitera, mais do que nunca, a inocência do nosso cliente. Confiamos na Justiça. No entanto, não vamos comentar detalhes da decisão — disse o advogado Rafael Kullmann.
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José Cabral é uma das 27 pessoas que tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça Federal, no último dia 24 de novembro, na operação Smoke Free. Ao contrário do pai, ele nunca se envolveu com política e manteve sua atuação no ramo dos negócios. O empresário, segundo as investigações, é suspeito de atuar como operador financeiro de Adilson Coutinho Oliveira Filho, o Adilsinho, apontado nas investigações como chefe de uma organização criminosa dedicada à venda ilegal de cigarros.
No último dia 7, a Justiça decretou a prisão domiciliar de três réus da Operação Smoke Free. Além disso, a juíza Rosália Monteiro Figueira determinou a soltura de Wesley Faustino Martins para responder o processo em liberdade.
Julgamento de Cabral no STF empata
O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que definirá se o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral será solto ou não empatou nesta terça-feira. Com isso, caberá ao ministro Gilmar Mendes, decano na Corte, desempatar o placar e definir o futuro de Cabral, preso há seis anos. O voto que levou ao empate foi dado pelo ministro Nunes Marques, que acompanhou o relator do caso, Edson Fachin.
O julgamento ocorre no plenário virtual, sistema pelo qual os ministros depositam seus votos, e tem previsão para durar até o próximo dia 16. Ele é o único condenado da Lava-Jato no Rio que continua na cadeia.
Os ministros analisam uma ordem de prisão expedida pelo então juiz Sergio Moro em 2016, que atua na Vara Federal de Curitiba, no âmbito da operação Lava-Jato. Outros mandados de prisão preventiva contra Cabral, na Justiça Federal do Rio de Janeiro, já foram derrubados.