Filipe Barros deve comandar a Comissão de Relações Exteriores no lugar de Eduardo, diz Bolsonaro
Filho do ex-presidente se licenciou do mandato para ficar nos Estados Unidos
O deputado Filipe Barros (PL-PR) deve substituir Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no comando da Comissão de Relações Exteriores da Câmara (Creden), de acordo com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O filho do ex-mandatário se licenciou do mandato de deputado federal ao alegar perseguição do Poder Judiciário.
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O filho "zero três" de Bolsonaro está nos Estados Unidos, onde decidiu ficar após o PT pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a apreensão de passaporte por supostamente atentar contra a "soberania nacional".
De acordo com Bolsonaro, Barros é avaliado internamente como o "nome adequado" para ocupar o posto. Outro cotado, o também deputado Luciano Zucco (PL-RS), deve permanecer na liderança da oposição no Congresso.
— Estávamos entre o Filipe Barros e o Zucco para a Creden, mas achamos que o Zucco deve ficar na liderança, cumprindo esse papel — afirmou.
Além de já ter sido líder da oposição, Filipe Barros foi relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que pretendia incluir um módulo de voto impresso ao lado das urnas eletrônicas a partir das eleições de 2022.
Eduardo era cotado para assumir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara (Creden), que seria a primeira pedida do PL entre as comissões permanentes. A ideia seria usar o cargo para uma aproximação institucional com o governo americano, comandado por Donald Trump. A comissão é responsável pelas relações diplomáticas e consulares da Casa com governos e entidades internacionais.
O parlamentar, entretanto, anunciou nesta terça-feira ter se licenciado do cargo na Câmara e se mudado para os Estados Unidos. Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, o parlamentar justificou a decisão pelo que chamou de perseguição a qual ele e seu pai estão sendo submetidos no Brasil.
Na gravação, Eduardo cita a possibilidade de o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinar a sua prisão. O parlamentar cita, em sua fala, um despacho do magistrado para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o pedido de de apreensão do passaporte. A representação, contudo, ainda não foi apreciada.
O deputado afirmou que permanecerá no país americano para "lutar" pela anistia aos presos pela tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023 e que só retornará ao Brasil quando Moraes for punido por "abuso de autoridade".