Flávio Bolsonaro diz que reunião do pai com Marcos do Val para gravar Moraes "não configura crime"
Filho do ex-presidente, o senador pede, entretanto, que "todos os esclarecimentos sejam feitos"
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, nesta quinta-feira (2), que a reunião em dezembro no Palácio do Alvorada entre o senador Marcos do Val (Podemos-ES), o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tentar impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva a partir de uma gravação escondida do ministro Alexandre de Moraes (STF) não configura crime.
— Ele (Marcos do Val) já havia me relatado o que tinha acontecido, que seria trazido a público, mas numa linha de que essa reunião que aconteceu seria uma tentativa de um parlamentar de demover pessoas que estavam nessa reunião de fazer algo inaceitável, absurdo e ilegal — disse Flávio, no Plenário do Senado.
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Entretanto, após minimizar o teor da denúncia, o filho do ex-presidente pediu esclarecimentos para, segundo ele, não ficar apenas narrativas.
— Peço que todos os esclarecimentos sejam feitos, não digo nem abertura de inquérito, porque a situação narrada não configura nenhuma espécie de crime, mas que todos os esclarecimentos sejam feitos para que não fiquem narrativas em cima de narrativas — acrescentou.
A Polícia Federal pediu autorização ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para colher o depoimento do senador sobre uma suposta tentativa de golpe.
Marcos do Val revelou nesta quinta-feira a reunião para gravar Moraes de forma escondida e — caso tivesse alguma declaração que poderia colocar em dúvida a lisura da eleição — e criar uma situação que impedisse a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Marcos do Val afirmou que o suposto plano foi apresentado por Silveira e que Bolsonaro não interrompeu seu aliado.
— Não, (Bolsonaro) não impediu o Daniel.