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CPI Covid

Flávio Bolsonaro fala sobre Mauro Cid e considera acusações contra o pai 'frágeis'

Senador pelo Rio considera o governador de São Paulo como alternativa a Jair Bolsonaro e afirma que só será candidato à prefeitura do Rio se o pai 'abraçar de verdade a campanha'

Flávio BolsonaroFlávio Bolsonaro - Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Após o revés do bolsonarismo na eleição presidencial de 2022, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) já traça a estratégia para os próximos pleitos, o que inclui sua própria candidatura à Prefeitura do Rio no ano que vem e uma alternativa ao Planalto para 2026 caso o ex-presidente Jair Bolsonaro seja declarado inelegível pela Justiça Eleitoral (TSE).

Flávio classifica as acusações contra o pai como “frágeis” para impedi-lo de concorrer, mas enxerga o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como a alternativa mais forte. Sobre os planos municipais, o parlamentar diz que Bolsonaro dará a palavra final e aproveita para provocar Eduardo Paes, que está em seu terceiro mandato como chefe do Executivo carioca:

— Errar duas vezes é humano, três vezes é burrice e errar uma quarta é Eduardo Paes.

Caso Jair Bolsonaro fique inelegível, qual é o melhor nome para ser candidato à Presidência?
As acusações são muito frágeis. Sinceramente, não acredito que isso vá ocorrer. Agora, se acontecer, tem vários nomes que o presidente Bolsonaro sempre cultivou, como o Tarcísio de Freitas.

A possível inelegibilidade daria força ou a prejudicaria a direita?
Em qualquer caso de covardia, a tendência é que o povo se sensibilize. Ao ver que Bolsonaro pode sofrer uma retaliação, sem fundamento legal, as pessoas vão se sensibilizar e se engajar mais na campanha de alguém que ele apoia.

Michelle vai ser candidata?
Está muito longe para falar, mas acho que não para o Executivo. Ela nunca manifestou vontade de ser candidata nem ao Legislativo, mas Deus vai tocar o coração dela, que é muito querida no Brasil.

O senhor será candidato à Prefeitura do Rio?
Estou trabalhando para ser candidato. Tenho feito muitas reuniões e visto pesquisas. É importante termos um nome competitivo. A população não vai dar uma quarta oportunidade para quem já teve três e até agora não resolveu os problemas estruturais do Rio. Errar duas vezes é humano, três vezes é burrice e errar uma quarta é Eduardo Paes.

Seu pai já foi contra o senhor ser candidato...
Ele concordou que eu fosse candidato em 2016, mas tinha preocupação com a situação financeira da Prefeitura. Por isso, não me apoiou de uma forma explícita. Em 2024, eu só serei candidato se Bolsonaro abraçar de verdade a campanha. A palavra final é dele. Hoje tem muito mais chances de ele autorizar a candidatura do que há três, quatro meses.

O seu suplente no Senado é o Paulo Marinho, que se tornou adversário do Bolsonaro. Isso não complica a candidatura?
Houve a mágoa do Paulo Marinho com o Bolsonaro, mas na política temos de olhar para frente. Em algum momento, vou conversar com o Marinho. Ele e o Léo Rodrigues, meu segundo suplente, podem ser muito úteis na minha candidatura.

Como está a relação com o governador Cláudio Castro?
Há pessoas que torcem por uma intriga entre nós, o que não existe. Ele não cansa de dar gestos de que apoiaria minha candidatura.

O que pretende investigar na CPI dos Ataques Golpistas?
O que há até agora são vazamentos seletivos, apenas coisas que aparentemente reforçam a narrativa de que o Bolsonaro tinha interesse nos atos, mas ele respeitou a Constituição. Vamos mostrar a omissão do governo federal.

Alguma proposta de golpe chegou ao senhor?
Não. Mas, no meio da campanha, a multidão fala tudo, pede apoio das Forças Armadas. Eu vou fazer o quê? Não vou discutir com cada um.

O Bolsonaro nega a fraude na vacina. O ex-ajudante de ordens Mauro Cid agiu sozinho?
Não sei se ele fez tudo isso sozinho. Sei que o presidente nunca teve um cartão de vacinação falsificado e nunca autorizou ninguém a fazer isso. Ele (Cid) tem que falar por que fez, se é que fez isso.

O vereador Carlos Bolsonaro está sendo investigado por suspeita de rachadinha. O senhor alegava ser alvo de perseguição do MP do Rio. O seu irmão também é perseguido?
Ele vai provar que não tem absolutamente nada a ver com isso. Como eu provei. Não existe nem denúncia contra mim. (A Justiça arquivou o caso por considerar que a investigação ocorreu na instância errada)

O Carlos chegou a abandonar o controle das redes sociais do Bolsonaro. Houve conflito?
Ele já está tocando as páginas de novo. Ele estava querendo focar no mandato ou em outras coisas. Carlos sempre fez isso tudo praticamente sozinho. É muito cansativo e causa desgaste emocional.

O senhor votará a favor da possível indicação de Cristiano Zanin ao STF?
Nunca conversei com o Zanin. O fato de ele ser advogado do PT é um ponto negativo. Mas eu, como advogado, também vejo pontos positivos na indicação de um advogado, independentemente de ser o Zanin. São profissionais que já estiveram tanto em defesa de pessoas quanto na acusação. Normalmente, eles têm uma sensibilidade maior.

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