Flávio Dino diz que investigações em curso serão mantidas, inclusive as que são contra Bolsonaro
Futuro ministro da Justiça acredita que ex-ministros, ex-parlamentares, cidadãos e cidadãs também não estão livres de serem julgados por crimes suscetíveis de apuração só porque houve troca de governo
A partir de 1º de janeiro de 2023, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não concederá anistias e todas as investigações em curso no país serão mantidas, inclusive as que são contra o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). A informação é do senador eleito e futuro ministro da Justiça Flávio Dino (PSB-MA) em entrevista nesta segunda-feira (12) ao UOL News.
"Crimes que estejam ainda objeto ou suscetíveis de apuração serão apurados, seja de quem for, inclusive do então ex-presidente da República ou de ex-ministros, ex-parlamentares ou de cidadãos e cidadãs que infelizmente foram levados a desatinos", explicou.
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O futuro ministro afirmou que quem participou de atos golpistas pelo país após a vitória de Lula nas eleições também será investigado e responderá por seus atos nos termos da lei. Dino disse esperar que o espírito cristão e natalino cheguem aos corações das pessoas e elas convidem seus familiares a voltarem a suas casas e locais de trabalho, ajudando o país.
"Depois eles voltam às ruas quando entenderem necessário, mas sem espírito golpista, e aí quem continuar no espírito golpista é claro que sendo crime político, a Polícia Federal vai tomar as providências que a lei manda", complementou.
Ex-governador do Maranhão e senador eleito, Flávio Dino abriu mão do mandato para assumir o ministério na gestão de Lula. Ele estava entre os cinco primeiros ministros anunciados pelo presidente eleito na última sexta-feira (12). Para aceitar a tarefa, pediu a Lula para manter Justiça e Segurança Pública na mesma pasta e foi atendido. Inicialmente, inicialmente, a ideia era separar as duas áreas.