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Freixo se aproxima de Arminio Fraga e faz aceno a empresários na pré-campanha ao Governo do Rio

Deputado busca expandir eleitorado em direção ao centro

Marcelo Freixo descartou que a opinião contrária à medida tenha a ver com alguma divergência pessoal com Sérgio Moro Marcelo Freixo descartou que a opinião contrária à medida tenha a ver com alguma divergência pessoal com Sérgio Moro  - Foto: Paullo Allmeida/ Folha de Pernambuco

Em mais um passo da estratégia de se apresentar como um nome moderado na campanha pelo governo do Rio de Janeiro, em busca do eleitorado de centro, o pré-candidato do PSB, Marcelo Freixo, vem se reunindo com o economista Arminio Fraga.

Presidente do Banco Central durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso na Presidência, Arminio é sócio de uma gestora de investimentos e mantém boa relação com empresários e o mercado financeiro — no campo político, é próximo também de setores do PSDB.

Para ampliar o eleitorado em setores vistos como refratários a candidaturas de esquerda, Freixo vem concentrando sua agenda de pré-campanha em três setores considerados centrais: empresários, evangélicos e policiais. Neste cenário, a aproximação com o economista é vista como parte importante da estratégia.

Arminio diz que conversa com frequência com o parlamentar, dando sugestões e fazendo a ponte com o empresariado e formuladores de políticas públicas. Ele pontua, no entanto, que não deve participar diretamente da campanha ou da formulação do plano de governo do pré-candidato.

— O que me aproxima do Freixo é o interesse pelo Rio e pelo Brasil nesse quadro de retrocesso e desigualdade social. Estou engajado e ajudarei no que puder. Porém, não devo atuar diretamente em nenhuma campanha, seja no Rio ou nacional — afirma o economista.

Mais do que a procura por políticos de centro, a pré-campanha de Freixo vem buscando a aproximação com nomes da sociedade civil que representam esse espectro ideológico. Recentemente, o pré-candidato do PSB já havia anunciado a interlocução com nomes como o economista André Lara Resende e o ex-ministro Raul Jungmann, que chefiou a Defesa e, depois, a Segurança Pública no governo de Michel Temer. No campo evangélico, ele tem mantido contato com o bispo Abner Ferreira, da Assembleia de Deus de Madureira, igreja aliada ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, o candidato do PSB contratou o marqueteiro Renato Pereira, que atuou em campanhas do MDB fluminense, como do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e dos ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, antes de se tornar delator na Lava-Jato.

Arminio foi pivô de umas crises que desgastam a relação Freixo com seu antigo partido, o PSOL, culminando, posteriormente, com sua desfiliação e ida para o PSB. Nas eleições municipais de 2020, o PSOL ameaçou impugnar a candidatura de Wesley Teixeira a vereador em Duque de Caixas, na Baixada Fluminense, por ele ter recebido doações de grandes empresários, entre eles do ex-presidente do Banco Central.

Freixo foi contra a postura do partido e ameaçou deixar a sigla caso Wesley fosse punido. Uma resolução interna da legenda impede filiados de receberem doação de grandes empresários ou especuladores imobiliários. Na ocasião, o parlamentar lembrou que ele próprio havia recebido doações de Guilherme Leal, um dos fundadores da Natura, para a sua campanha à prefeitura do Rio em 2012, e ninguém cogitou impugnação.

 

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