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Inquérito das Fake News

Fux defende Moraes e diz que inquérito das fake news descobriu atos preparatórios de terrorismo

A defesa que Fux fez de Moraes vem num momento em que o ministro voltou a ser alvo de Bolsonaro

Luiz Fux, ministro do STFLuiz Fux, ministro do STF - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, defendeu nesta quarta-feira (18) o trabalho do também ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, que investiga ataques à Corte. Fux destacou que esse inquérito, que mirou, entre outros, o presidente Jair Bolsonaro e apoiadores, permitiu descobrir atos preparatórios de terrorismo contra o STF.

A defesa que Fux fez de Moraes vem num momento em que o ministro voltou a ser alvo de Bolsonaro. O presidente da República enviou uma notícia-crime ao STF na noite de terça-feira contra Moraes por abuso de autoridade. Ele listou cinco razões para fundamentar seu pedido de abertura de ação contra o ministro. Nesta quarta-feira, o relator do pedido, o também ministro do STF Dias Toffoli arquivou o caso.

Em 2019, o então presidente do STF, ministro Dias Toffoli, abriu o inquérito das fake news, sem ouvir a Procuradoria-Geral da República (PGR), como era praxe, levantando várias críticas. Ele também escolheu Moraes como relator, em vez de levar o caso para sorteio eletrônico, outro ponto que foi criticado.

Outra controvérsia envolvendo esse processo foi a decisão de Moraes, que depois recuou, de censurar uma reportagem jornalística que citava Toffoli. Posteriormente, o plenário do STF validou a abertura do inquérito.

— Desde 2019, também o ministro Dias Toffoli, para enfrentar, não só a desinformação, mas, digamos assim, verdadeiros ataques ao Supremo Tribunal Federal, instaurou aqui o inquérito que esteve e está em ótimas mãos, na relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que está conduzindo os trabalhos com extrema seriedade e competência — disse Fux durante o lançamento do programa de combate à desinformação do STF.

Em seguida, ele afirmou:

— Talvez muitos não saibam, mas é importante que se tenha a exata a noção de como esse trabalho do inquérito é importante, de ter sido invocado para o STF. Vem ao lume notícias de atos preparatórios de terrorismos contra o Supremo Tribunal Federal. Daí a necessidade de ter sido um processo sigiloso, de algumas notícias terem sido fornecidas dessa maneira genérica, e que com esses atos se visava exatamente impelir o STF se despojar de sua maior característica, que é a independência judicial.

A notícia de que o inquérito descobriu atos terroristas já era conhecida. Em abril do ano passado, por exemplo, Moraes afirmou, por exemplo, que graças ao inquérito das fake news, foi possível identificar várias ameaças.

— A par dessas manifestações patéticas, a partir desse momento, várias coisas sérias se iniciaram. Ameaças sérias contra a vida de ministros do Supremo Tribunal Federal, contra familiares de ministros do Supremo Tribunal Federal, planos detalhados de atentados em aeroportos contra ministros do STF. Ou seja, os radicais começaram a se sentir fortalecidos. E o Supremo Tribunal Federal também não faltou à institucionalidade, à democracia, com uma resposta rápida, dura, como os tempos necessitam, mas sempre dentro da Constituição — disse Moraes em abril de 2021, concluindo:

— Se não fosse esse inquérito, nós não teríamos conseguido interromper essa marcha nefasta contra a democracia. A marcha nefasta era contra o Congresso Nacional, contra o Supremo Tribunal Federal, contra a própria justiça, contra a própria democracia.

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