Logo Folha de Pernambuco

Lei de improbidade

Fux marca para agosto julgamento de ações contra lei de improbidade e trabalho intermitente

A marcação da pauta não garante que os processos serão julgados

Presidente do STF, Luiz FuxPresidente do STF, Luiz Fux - Foto: Fellipe Sampaio/divulgação/STF/arquivo

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Fux, marcou para agosto o julgamento de três ações que questionam a nova lei de improbidade administrativa, de uma que trata das regras do trabalho intermitente, e de outra que analisa se as decisões do tribunal do júri podem ser anuladas quando contrariarem as provas nos autos.

Outro ponto que poderá ser analisado é um recurso nas ações sobre o Código Florestal, para diferenciar lixão de aterro sanitário.

O mandato de Fux à frente da Corte termina no começo de setembro. Assim, ele marcou os julgamentos das sessões que vão até 8 de setembro. Depois, ele será substituído pela ministra Rosa Weber. A nova presidente do STF ficará responsável por definir as pautas das sessões seguintes.

A marcação da pauta não garante que os processos serão julgados. É comum uma sessão ter vários processos, mas haver tempo para julgar apenas um deles. Além disso, um ministro pode pedir vista, interrompendo o julgamento.

Na última quarta-feira (29), após café da manhã com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e outros 21 deputados, Fux já havia prometido marcar o julgamento de ações que tratam da nova lei de improbidade, que entrou em vigor no ano passado. Em nota, o STF informou que Lira abordou a questão durante o encontro. "As ações já foram liberadas pelo relator e o presidente deve marcar o julgamento em breve", comunicou a Corte na nota.

O principal argumento de parlamentares que aprovaram a nova lei de improbidade foi o de que era preciso atualizar a legislação para evitar excessos, como um prefeito correr o risco de perder o mandato por atrasar uma prestação de contas.

A mudança teve apoio tanto de governistas quanto da oposição no Congresso. Em maio deste ano, o Globo mostrou que o número de ações apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre o tema caiu mais da metade neste ano.

Veja outros processos que poderão ser julgados:

- 1º de agosto: ações da Confederação Nacional da Indústria (CNI) contra leis estaduais que estabelecem taxas de controle, monitoramento e fiscalização para a mineração;

- 3 de agosto: ação que discute compensação financeira a ser paga a profissionais da saúde que trabalharam na linha de frente contra a pandemia e ficaram permanentemente incapacitados;

- 4 de agosto: ação sobre vagas gratuitas e com desconto em transporte interestadual para jovens de baixa renda;

- 4 de agosto: ação que discute se as despesas com pensionistas, com inativos e o imposto de renda retido na fonte estão incluídas no limite de gastos com pessoal;

- 10 de agosto: ação sobre a prisão especial de portadores de diploma de ensino superior;

- 17 de agosto: ação que questiona lei sobre o exercício da profissão de motorista;

- 17 de agosto: ação sobre a dispensa de empregados de empresas públicas aprovados em concurso público;

- 17 de agosto: será retomado o julgamento de ação que discute a constitucionalidade do trecho da reforma trabalhista que trata do trabalho intermitente;

- 18 de agosto: ação que discute a legalidade do uso como prova, sem autorização judicial, de dados encontrados num celular deixado na cena do crime

- 18 de agosto: ações sobre o compartilhamento de dados pessoais no âmbito na administração pública federal; uma delas trata da possibilidade de compartilhar dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin)

- 24 de agosto: recursos nas ações em que o STF já tinha validado o Código Florestal, para, entre outros pontos, diferenciar a situação de aterros sanitários e lixões;

- 24 de agosto: ação para definir se o poder público tem o dever oferecer vagas em creches a todas as crianças de até três anos cujas famílias procurem o serviço;

- 24 de agosto: ação contra o piso de gastos da União com a saúde, aprovado em 2015;

- 25 de agosto: ação sobre a possibilidade de anulação de veredito do tribunal do Júri, sob a alegação de que a decisão contraria as provas dos autos;

- 25 ade agosto: ação que discute se é obrigatória a realização de audiência de custódia em todos os tipos de prisão e não apenas nos casos de prisão em flagrante;

- 25 de agosto: ação sobre a constitucionalidade de decisões judiciais determinando a apreensão de passaporte e de carteira de motorista;

- 31 de agosto: ação sobre a possibilidade de a Justiça Federal julgar causas ligadas aos direitos humanos.

As sessões de 1º e 8º de setembro serão usadas para julgar processos remanescentes.

Veja também

Militar 'kid preto' será ouvido na próxima semana, e PF deve complementar relatório enviado ao STF
PLANO GOLPISTA

Militar 'kid preto' será ouvido na próxima semana, e PF deve complementar relatório enviado ao STF sobre plano golpista

Mesmo após mobilização, candidatos apoiados por Bolsonaro perdem em eleições da OAB pelo País
ADVOGADOS

Mesmo após mobilização, candidatos apoiados por Bolsonaro perdem em eleições da OAB pelo País

Newsletter