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STF

General Lourena Cid perde autorização e não poderá visitar na prisão o filho, ex-ajudante de ordens

A determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes proíbe ainda o militar preso de ter contato com os demais investigados pelo suposto esquema de venda de joias recebidas pelo ex-presidente

Mauro Cid e o pai, general Mauro César Lorena CidMauro Cid e o pai, general Mauro César Lorena Cid - Foto: Alan dos Santos/PR e Divulgação/Alesp

O general Mauro Lorena Cid não poderá mais visitar na prisão o filho, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudantes de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo informação publicada pelo G1, a autorização de acesso foi cancelada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após o militar passar a ser investigado junto com o filho em um possível esquema de venda de joias recebidas pelo ex-chefe do Executivo de autoridades estrangeiras.

A determinação proíbe ainda Mauro Cid de ter contato com os demais investigados no caso.

Mauro Cid foi preso em maio, numa operação que apura fraude em dados de vacinação contra Covid-19. Como mostrou o colunista do GLOBO Lauro Jardim, nas semanas seguintes à detenção do filho, o general Lourena Cid demonstrou irritação a colegas de caserna e disse a interlocutores que não admitiria que o parente fosse deixado para trás. Chegou a ir ao Quartel General do Exército, em Brasília, para conversar sobre a situação do filho.

A Policia Federal constatou que o general Lourena Cid, pai de Mauro Cid, ajudou a vender as joias nos Estados Unidos. O general também atuou para recomprar as peças quando o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou que o ex-presidente as devolvesse.

Segundo fontes envolvidas na operação da PF com busca e apreensão em endereços ligados a Lourena Cid, mensagens, e-mails e recibos mostram que o Rolex de diamantes já tinha sido vendido a uma joalheria e estava exposto para ser revendido em Miami quando o TCU deu cinco dias para que Bolsonaro devolvesse as joias.

Mauro Cesar Lourena Cid foi colega do ex-presidente Jair Bolsonaro nas turmas de cadetes da Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), em Resende, no sudoeste do Rio, nos anos 1970.

Tido por outros militares como discreto e de personalidade conciliadora, o general dirigiu o Departamento de Educação do Exército e passou à reserva em 2019 para assumir um cargo em Miami, nos Estados Unidos, no início do governo Bolsonaro. Ele foi escalado pelo velho colega de Aman para chefiar o escritório brasileiro da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Ele ficou no posto até o início deste ano.

Lourena Cid passou a visitar o filho com frequência no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, em maio. Com mais de 20 anos de Exército, o tenente-coronel se preparava para assumir um posto também nos Estados Unidos quando foi nomeado para ser ajudante de ordens de Bolsonaro, pouco antes da posse do ex-presidente, em janeiro de 2019.

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