PGR

Gilmar e Moraes de um lado, Gleisi e Dirceu do outro: quem ganha e quem perde com indicação de Lula

Subprocurador Paulo Gonet foi o nome escolhido pelo presidente para chefiar o Ministério Público

Paulo Gonet, Lula e Flávio DinoPaulo Gonet, Lula e Flávio Dino - Foto: Ricardo Stuckert/PR

A escolha do subprocurador-geral da República Paulo Gonet para o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), além de encerrar um hiato de dois meses, também joga luz sobre a atual correlação de forças existente no núcleo do poder, em Brasília.

A indicação oficializada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (27) agrada os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, principais fiadores do nome de Gonet para comandar o Ministério Público Federal. Na outra ponta, porém, aliados próximos à Lula dentro do próprio PT, que foram contra o nome do subprocurador, saem perdendo.

No curso da campanha por oficializar um nome para a PGR, que se arrastou desde o final de setembro com a saída de Augusto Aras, Gonet angariou outro apoio importante para se cacifar: o do ministro da Justiça Flávio Dino, indicado a uma vaga no STF. Gonet ainda foi sócio de Gilmar Mendes na fundação da instituição de educação IDP, e mantém proximidade com o magistrado.

Dentro do PT, porém, nomes importantes perdem o cabo de guerra pela escolha do novo PGR, como é o caso da presidente do partido, Gleisi Hoffmann. A dirigente petista tinha resistências ao escolhido de Lula por ele ter defendido, em 2016, a abertura de uma ação penal contra ela e seu ex-marido, Paulo Bernardo, no âmbito da Lava-Jato.

Gleisi advogava pelo nome de Antônio Carlos Bigonha, que contava também com a simpatia de outros integrantes do partido do presidente e de membros do grupo jurídico Prerrogativas. Além disso, tinha o apoio de antigas lideranças do PT, como os ex-ministros José Genoíno e José Dirceu.

Entre os candidatos de última hora, que passaram a ser sabatinados de maneira informal pelo presidente nas últimas semanas, estavam Luiz Augusto Santos Lima e Aurélio Rios, também subprocuradores. Santos Lima teve o aval do ex-presidente José Sarney, de quem Lula é próximo, mas também passou a contar com a simpatia do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Da ala mais à esquerda do MPF, Aurélio Rios também era visto com bons olhos por setores do PT e tinha como principal cabo eleitoral o ex-advogado-geral da União Álvaro Augusto Ribeiro Costa, antigo conselheiro jurídico de Lula.

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