Gilmar Mendes autoriza depoimento 'imediato' de Carla Zambelli sobre caso com arma de fogo
Na véspera do segundo turno, parlamentar reeleita perseguiu homem até uma padaria em São Paulo; hoje ela se encontra fora do Brasil
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a "oitiva imediata" da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) sobre o episódio em que ela sacou e apontou uma arma de fogo a um apoiador do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, na véspera do segundo turno. O caso aconteceu no último sábado em São Paulo.
Em despacho deste sábado, Mendes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República, que solicitou o depoimento da parlamentar antes de instaurar a investigação.
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Na quinta-feira, a deputada afirmou que saiu do Brasil e viajou aos Estados Unidos para "estudar meios de assegurar e restaurar a liberdade de expressão no Brasil junto a autoridades americanas". Zambelli teve as suas contas nas redes sociais bloqueadas por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na decisão, o ministro do Supremo escreveu que a PGR deve tomar o depoimento por meio das "soluções tecnológicas cabíveis", sob "pena de revelia e de prosseguimento das investigações independentemente da colheita dos esclarecimentos a serem prestados pela parlamentar".
Mendes ainda determinou que Carla fosse "intimada" da decisão por "e-mail ou aplicativos de comunicação de mensagens", uma vez que ela se encontra "fora do território nacional", conforme ele pontuou.
O ministro do STF ordenou que o caso deve ser investigado pelo Supremo por envolver fatos que ocorreram durante o exercício do mandato da parlamentar. Segundo ele, o caso em questão trataria da suspeita dos crimes de porte ilegal e disparo de arma de fogo.
Entenda o caso
No último sábado, a deputada apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL) se envolveu em uma discussão com o jornalista Luan Araújo, que é apoiador de Lula. Vídeos mostram a parlamentar perseguindo o homem com a arma em punho. Ela contou que sacou a arma por ter sido agredida por "militantes de Lula".
Um dos seguranças de Zambelli chegou a ser preso pela Polícia Civil de São Paulo. Ele fez um disparo com arma de fogo no meio da confusão. Policial militar de folga, ele pagou fiança no valor de um salário mínimo e foi liberado.