Morte de Moïse

Gilmar Mendes: 'Caso Moïse traça raízes no poder do Estado e na invisibilidade do controle armado'

Membro de STF também sugeriu que a morte tenha ligação com milícia

Moïse pertencia à etnia Hema e chegou ao Brasil em 2011 fugindo de conflitos em seu paísMoïse pertencia à etnia Hema e chegou ao Brasil em 2011 fugindo de conflitos em seu país - Foto: Reprodução

O ministro do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou na noite desse domingo (6), por meio do Twitter, que "o caso Moïse traça suas raízes no poder do Estado paralelo e na invisibilidade do controle armado", referindo-se à morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, ocorrida no dia 24 de janeiro em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, após ser espancado por três homens. Os suspeitos estão presos, sendo indiciados por homicídio duplamente qualificado.

Na postagem sobre o caso Moïse, Gilmar ainda sugere que o crime tenha ligação com milícia: "A ocupação irregular de áreas estratégicas por grupos de milícias está por trás da crise da segurança pública. O MPRJ e o MPF precisam ir nessa área". O delegado Henrique Damasceno, da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), e o promotor Alexandre Murilo Graça afirmaram que até agora nada indica que o crime tenha relação com milícia.

Segundo a família, Moïse foi espancado brutalmente segundo a família, após ter cobrado dois dias de pagamento atrasado por trabalho prestado ao quiosque Tropicália, onde se deu o assassinato. O congolês trabalhava "cardapeando", função que consiste em buscar clientes para quiosques na areia da praia. Os investigadores da DHC, entretanto, ainda não chegaram a uma conclusão sobre o motivo pelo qual Moïse foi morto.
 

Imagens de câmera de segurança do quiosque mostram que Moïse recebeu ao menos 30 pauladas dos agressores. Parte delas foi desferida quando o congolês estava imobilizado no chão, sem chance de defesa.

A Prefeitura do Rio vai se reunir nesta segunda-feira com a família de Moïse para tratar da gestão dos quiosques Tropicália e Biruta, que fica ao lado de onde o congolês foi morto. Segundo informou o prefeito Eduardo Paes, a ideia é transformar o local em um memorial em homenagem à vítima, celebrando também a cultura e a gastronomia africana.

Na semana passada, a Orla Rio, concessionária à frente dos quiosques, emitiu nota esclarecendo que o cabo da PM Alauir Mattos de Faria não é o operador responsável pelo quiosque Biruta, localizado na altura do Posto 8 da Barra, e está à frente do negócio de forma irregular. Em depoimento na DHC, um dos agressores do congolês disse trabalhar no Biruta.

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