Girão pede investigação de 'crime de prevaricação' da mesa diretora da CPI
O senador também pediu que a comissão adote seu voto integralmente e rejeite o parecer do relator, Renan Calheiros (MDB-AL)
Em seu voto, Eduardo Girão (Podemos-CE) pediu que a Procuradoria Geral da República (PGR) aprofunde as investigações da possibilidade de ocorrência do crime de prevaricação pela mesa diretora da CPI por não deliberar sobre requerimentos "engavetados". Segundo o senador, a comissão não foi capaz de verificar esferas estaduais e municipais, onde havia efetivamente fortes indícios de corrupção e desvio do dinheiro público federal.
Girão pediu o indiciamento do secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, além de solicitar o aprofundamento de investigações por organização criminosa sobre o papel desempenhado pelas empresas Davati e Precisa Medicamentos com o governo federal.
O senador também pediu que a comissão adote seu voto integralmente e rejeite o parecer do relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
Eduardo Girão (Podemos-CE) leu voto em separado em que critica os trabalhos realizados pela CPI. Ele acusou Renan Calheiros (MDB-AL) de ser um relator parcial, disse que a comissão foi “omissa” na investigação de governadores e prefeitos e afirmou que alguns parlamentares usaram “técnicas interrogatórias de antigas delegacias de polícia”.
"Faltou vontade e faltou coragem para essa CPI fazer o seu trabalho. A CPI, já nos atos de sua instauração, elegeu um relator com flagrante conflito de interesses, pois seu filho é governador de um estado da federação envolvido nas investigações sobre o Consórcio Nordeste.
Ainda segundo Girão, o colegiado construiu “uma narrativa” para tentar uma suposta demora para a compra de vacinas.
"Tentou-se, sem êxito, caracterizar a ocorrência de retardo na aquisição de vacinas, construindo-se uma narrativa de que a existência de um gabinete paralelo mais a adoção do negacionismo seriam os motores da questionável atuação do governo federal na pandemia. Entretanto, a CPI não considerou que os produtores de vacina não tinham a autorização da Anvisa. Ressalto, no entanto, que o governo federal agiu com lentidão para propor ao Congresso Nacional medidas legais que permitissem, com segurança jurídica, a assinatura dos contratos" , disse.
Durante a leitura de seu voto, Eduardo Girão (Podemos-CE) ressaltou que o presidente da República, Jair Bolsonaro, poderia ter dado exemplo ao incentivar e usar a máscara em público, além de evitar aglomerações. Para o senador, Bolsonaro poderia ter tido uma postura de assumir a coordenação das ações, sendo mais sensível às perdas do povo brasileiro e solidarizando-se com os familiares.
"É bem verdade que a antecipação do pleito eleitoral, marcadamente pelas lamentáveis e desastradas posturas do governador de São Paulo, contribuiu para as escolhas do presidente. Mas, mesmo neste contexto, foi negativa e reprovável a sua atuação — criticou Girão".
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