RESGATE

Gleisi critica governo de Israel por demora em liberação de brasileiros da Faixa de Gaza

Nas redes sociais, deputada federal e presidente do PT afirmou que Brasil, que tem históricos de relações com o país, estaria sendo discriminado

Presidente nacional do PT, Gleisi HoffmannPresidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), a deputada Gleisi Hoffmann (PR) criticou, nesta sexta-feira (3), a demora para a inclusão de brasileiros nas listas de autorizados a deixar a Faixa de Gaza, onde o conflito com o grupo terrorista Hamas já deixou mais de dez mil mortos. Em uma postagem nas redes sociais, a parlamentar afirmou que o Brasil, que tem histórico de relações com o governo de Israel, estaria sendo discriminado em detrimento de outros países.

“Pela terceira vez o governo israelense negou a saída de cidadãos e cidadãs brasileiros ameaçados pelo massacre contra população civil na Faixa de Gaza. E não apresentou qualquer explicação para essa atitude que discrimina um país, o Brasil, que tem históricas relações com o Estado de Israel. Um país que, à frente do Conselho de Segurança da ONU, fez todos os esforços por uma solução negociada para o conflito”, escreveu.

Na publicação, Hoffmann disse que “Infelizmente, o governo israelense sinaliza que estabeleceu uma hierarquia política para a liberação de civis, privilegiando alguns países em detrimento de outros”. “Da mesma forma que defendemos a libertação dos reféns israelenses, não podemos admitir que civis brasileiros permaneçam ameaçados numa região sob massacre militar. Liberdade já para os brasileiros(as) em Gaza”, pontuou.

Como O Globo mostrou, no início desta tarde, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou com o chanceler de Israel, Eli Cohen, sobre o tema. Apesar de haver 30 brasileiros na região, até a terceira listagem divulgada, não havia o nome de nenhum deles incluído.

"O ministro Mauro Vieira falou hoje novamente ao telefone com o ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen. Vieira reiterou as gestões pela liberação da passagem dos brasileiros retidos em Gaza, para que possam ser imediatamente repatriados, via Egito", informou o Itamaraty, também pelas redes sociais.

É a terceira conversa com Eli Cohen nas últimas semanas e a primeira desde a abertura da fronteira de Rafah, entre o Egito e a Faixa de Gaza, que ocorreu na última quarta-feira. Ontem, Vieira havia falado com o chanceler egípcio, Sameh Shoukry, também na tentativa de agilizar a liberação de brasileiros pela fronteira do país.

Ao Globo, o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, negou que haja razões políticas para o fato dos brasileiros terem sido excluídos das primeiras listas de estrangeiros sendo liberados de Gaza.

Os critérios para definir a inclusão de cidadãos não são claros. Egito, EUA, Catar e Israel são os responsáveis pelas tratativas para a liberação.

— Interpretar isso [a não inclusão de brasileiros] como sendo fruto da relação bilateral, ou política, é realmente uma análise incorreta. A lista não tem nada a ver com a relação bilateral do países. Na primeira lista, por exemplo, onde não constava os EUA, constava a Indonésia, que não reconhece Israel — diz Meyer.

O embaixador acrescenta que inicialmente eram seis mil pessoas aguardando a liberação e, além do Brasil, outros países pressionam para a inclusão imediata de seus respectivos cidadãos. Cerca de 500 estão saindo por ordem.

Veja também

Como Israel construiu uma empresa de fachada para colocar explosivos nos pagers do Hezbollah
ORIENTE MÉDIO

Como Israel construiu uma empresa de fachada para colocar explosivos nos pagers do Hezbollah

PF vai identificar quem está usando o X de forma irregular após decisão que suspende plataforma
BRASIL

PF vai identificar quem está usando o X de forma irregular após decisão que suspende plataforma

Newsletter