Gleisi: País precisa de nova política monetária com instrumentos que não se curvem a chantagens
O Copom informou na ata que tanto a decisão de elevar a taxa Selic, quanto o forward guidance de mais duas altas da mesma magnitude nas próximas reuniões foram tomadas por unanimidade
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), chamou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de "carta de sequestro da política econômica do governo". No X (antigo Twitter), a parlamentar afirmou o mercado financeiro quer impor esse "sequestro", exigindo cortes de gastos e medidas contracionistas por meio do Banco Central autônomo.
"Quem não tem credibilidade nenhuma são as tais expectativas dos agentes consultados pelo BC, que erraram todas as suas previsões catastrofistas sem perder a arrogância jamais. Definitivamente, o Brasil precisa de uma nova política monetária, com novos instrumentos de avaliação do cenário econômico, mais realistas e eficazes, que não se curvem às chantagens e ao oportunismo financista", afirmou a deputada.
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O Copom informou na ata que tanto a decisão de elevar a taxa Selic em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 12,25%, quanto o forward guidance de mais duas altas da mesma magnitude nas próximas reuniões foram tomadas por unanimidade. Isto é: com a anuência dos quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o comitê, incluindo Gabriel Galípolo, que será presidente do BC a partir do ano que vem.
As críticas de Gleisi ecoam comentários recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No domingo, o chefe do Executivo afirmou, em entrevista ao Fantástico, que a única coisa errada no País é a taxa de juros, acima de 12%.
"A irresponsabilidade é de quem aumenta a taxa de juros e não do governo federal, mas vamos cuidar disso", disse o presidente.
No X, Gleisi afirmou que o BC está "desancorado" da realidade - em um trocadilho com as expectativas de inflação acima da meta - e afirmou que a ata do Copom foi um "tapa na cara da população e dos setores produtivos da economia."