Google falta a seminário, e relator das Fake News cobra que empresa participe de debates
Deputado Orlando Silva (PCdoB) afirmou que vai alinhar proposta com o Senado antes de levar a votação
O relator do PL das Fake News na Câmara dos Deputados, Orlando Silva (PCdoB) criticou a ausência do CEO do Google em um seminário para discutir mídias digitais. Fabio Coelho, executivo da plataforma digital, estava previsto para participar do debate organizado pelo Grupo Esfera, nesta segunda-feira em São Paulo, mas cancelou a ida de última hora.
O evento contou com a presença do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, do relator do projeto no Senado, Angelo Coronel, e da diretora da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), Miriam Wimmer.
— Defendo que o Google faça debate em um espaço como este, ou no Congresso Nacional. Não pode haver abuso do poder econômico da sua estrutura, que é neutra, para enviesar o debate — declarou o deputado.
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Em coletiva de imprensa após o seminário, Silva cobrou que o Google indique qual artigo do PL abriria brechas para censura, em referência ao discurso defendido pelos opositores ao projeto segundo o qual a proposição limitaria a liberdade de expressão no país. O texto, na verdade, impõe maior transparência em conteúdo impulsionado e corresponsabilização em casos de cometimentos de crimes.
Uma das empresas-alvo da proposta, o Google é cobrado por maior transparência e responsabilização na circulação de conteúdo, principalmente no YouTube e nos algoritmos de busca.
Alinhamento entre as Casas
Silva também afirmou que vai alinhar a proposta com o Senado antes de levá-lo a votação no plenário da Câmara. No mês passado, ele pediu a retirada do PL da pauta com a iminência de uma derrota na votação, o que foi considerado uma derrota para o governo, que defende a ideia.
— Vamos pactuar com o Senado antes de a Câmara votar o texto — afirmou o deputado.
Pouco antes, Coronel usou seu discurso para criticar as alterações feitas no projeto original, oriundo do Senado, e acenou para a não aprovação de algumas mudanças. Ele disse ver com bons olhos o fatiamento da proposta, com a votação independente das propostas de remunerar conteúdo jornalístico e referente a direitos autorais.