Governo e Câmara vão se unir para apoiar um nome na disputa pela sucessão de Lira, diz André Fufuca
Ministro do Esporte reconhece dificuldades do governo para o PP entregar votos em pautas de costume
O ministro do Esporte, André Fufuca, diz que haverá consenso na escolha do nome que sucederá Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara em fevereiro de 2025. As movimentações dos candidatos ao posto de presidente da Casa dos deputados têm gerado burburinhos e especulações em Brasília. Lira disse que deve definir em agosto quem contará com o seu apoio.
— Governo e o Legislativo vão se unir em relação a apoiar apenas um nome. Não vejo clima nem porque esse tipo de cisão na relação entre os dois. Acho que o candidato de um vai ser do outro — afirma Fufuca, integrante do mesmo partido de Lira e que deixou o mandato de deputado para integrar o governo Lula.
Há dez meses no comando do ministério do Esporte, com a bênção de Lira e do senador Ciro Nogueira (PP-PI), Fufuca reconhece a dificuldade de o seu partido em entregar votos favoráveis ao governo em pautas de costumes e atribui as vitórias do Planalto no Congresso à articulação do presidente da Câmara.
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O senhor esperava entregar até 80% dos votos da bancada do PP, mas o governo sofreu derrotas no Congresso com a participação do partido, como no caso da "saidinha" temporária de presos. Isso causa constrangimento?
Não, porque o PP sempre se doou nas suas responsabilidades. O partido entregou 38 votos a favor e apenas 11 contrários na Reforma Tributária e tem votado a favor nas matérias importantes para o governo. Não é correto avaliar um partido por uma votação específica, ainda mais uma votação que era pauta de costume, como a da saidinha, que foi muito criticada.
Qual a dificuldade de mobilizar a bancada em outras pautas além das econômicas, que aglutinam os interesses de diferentes partidos?
Na pauta de costume, qualquer governo vai ter dificuldade. Se tiver um governo com 99% de aprovação, vai ter dificuldade em pauta de costume. Não dá para avaliar uma base política, consolidada no Congresso, em cima de pauta de costume.
O senhor integra o governo Lula e apoia a reeleição do presidente. Se o PP apoiar Bolsonaro, vai sair do partido ou vai sair do governo?
O meu apoio em 2026 será ao presidente Lula. Já falei várias vezes. O partido tem seu posicionamento, e eu tenho o meu posicionamento pessoal, que é de apoio ao presidente Lula. Eu vou votarei no presidente Lula. A não ser que ele não queira meu voto.
Quando assumiu o ministério, o senhor falou que pretendia aproximar o senador Ciro Nogueira (PP-PI) do governo Lula, mas ele continua sendo um crítico da gestão do presidente. Por essa tentativa não deu certo?
Costumo respeitar o posicionamento pessoal de cada um. Não pude fazer essa aproximação, mas bola para frente.
Dificulta a articulação política do governo ser comandada por um ministro (Alexandre Padilha) que não fala com o presidente da Câmara?
Acho que não, até porque o Arthur ajuda muito o governo na parte da articulação. Tenha a certeza de que grande parte das votações avançaram e foram aprovadas graças à articulação do Arthur Lira.
Qual candidato o senhor vai apoiar na sucessão da Câmara?
Quem o presidente Arthur (Lira) apoiar e o partido apoiar será o meu candidato.
O governo Lula vai apoiar candidato de Lira à sucessão da Câmara?
Acho que eles vão entrar num acordo. Vão se entender. Não tem por que ter divergência em relação a isso. Estamos ao lado de um dos grandes políticos do Congresso Nacional nos últimos tempos e ao lado também do presidente Lula, que é um Pelé na política.
Não há o porquê de haver divergência, e eu acredito que o governo e o Legislativo vão se unir em relação a apoiar apenas um nome. Não vejo clima nem por que esse tipo de cisão na relação entre os dois. Acho que o candidato de um vai ser do outro. Não há lógica racional para ter qualquer briga em relação à sucessão da Câmara.
Desde que assumiu o ministério até abril deste ano, 24 municípios piauienses assinaram convênios para academias ao ar livre e campos de futebol e 71% dos prefeitos beneficiados são do PP. O senhor tem priorizado o Piauí, estado do Ciro Nogueira, o seu padrinho político?
De forma nenhuma. Se for fazer uma avaliação numérica, há estados que fizeram muito mais convênio do que o Piauí e nem por isso há qualquer interpelação em relação a esses estados.
Dizer que foi feito convênio em um estado em detrimento de outro é equivocado.
De forma alguma que o ministério vem adotando uma postura positivista em relação a um estado em detrimento de outro.
Quais suas expectativas de medalhas para os atletas brasileiros nas Olimpíadas de Paris?
Em 2004, em Atenas, o Brasil conseguiu 10 medalhas, e só tinha dois anos de Bolsa Atleta. Na época, em torno de 1 mil beneficiados.
Hoje estamos com mais de 9 mil beneficiados. Em Tóquio, o Brasil já teve 21 medalhas. Acredito que o Brasil vai conseguir bater o recorde agora em Paris. Acho que vamos chegar a 25 medalhas, e tenho certeza que o Brasil vai ficar entre os cinco no Paraolímpico.
O Brasil foi eliminado da Copa América e também há dificuldades para outros atletas chegarem ao pódio em diferentes modalidades. O que isso explica essa dificuldade?
Isso é uma evolução. De 2004 a 2024, o Brasil dobrou a quantidade de medalhas e pode se dizer também o rendimento dos seus atletas.
Temos que observar que em Paris vamos ter mais atletas disputando. Isso já é uma vitória. Essa é a primeira Olimpíada que tem mais atletas mulheres do que atletas homens que irão competir pelo Brasil. Vamos conseguir chegar no topo do pódio.